O Condenado de Altona (I Sequestrati di Altona – 1962)
O industrial Albrecht Von Gerlach descobre que está no fim da vida e nomeia o seu filho Werner (Robert Wagner) como seu sucessor, Johanna (Sophia Loren), sua esposa e atriz envolvida em uma obra de Brecht contra o regime alemão, descobre os segredos da família.
Pérola injustamente pouco conhecida, inclusive entre os fãs de Vittorio De Sica, ainda que ele tenha recebido por ele o prêmio “David di Donatello”, como Melhor Diretor. Adaptado da penúltima peça de Jean-Paul Sartre (com bastante fidelidade, excetuando-se a opção de incluir cenas externas, fora do confinamento), única em que ele aborda diretamente o regime alemão, em uma crítica inteligente e ousada.
Sophia Loren, Fredric March e Maximilian Schell, atuam corajosamente em papéis que fugiam completamente daquilo que o público estava acostumado, garantindo um clima ainda mais soturno ao projeto. Faz recordar, no tom e na complexidade, os trabalhos do escritor polonês Günther Grass, dentre eles, o mais famoso: “O Tambor”.
A ideia por trás de um jovem oficial alemão que é mantido, anos depois do final da guerra, prisioneiro em um sótão por seu pai, sem qualquer comunicação com o mundo exterior, para que ele não perceba a realidade, causa arrepios só de pensar.
O excelente desfecho, que obviamente não revelarei, apresenta uma das imagens mais fortes do cinema de sua década. Um filme imprescindível!
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