As Minas do Rei Salomão (King Solomon’s Mines – 1950)
No final do século XIX, o inglês Allan Quatermain (Stewart Granger) trabalha na África como caçador e guia de expedições quando recebe uma oferta de trabalho: partir em um safári para localizar o marido da rica Elizabeth Curtis (Deborah Kerr). O homem desaparecido deixou uma cópia do mapa, com a localização das lendárias Minas do Rei Salomão.
Muitas versões cinematográficas desta clássica história de H. Rider Haggard, publicada em 1885,foram realizadas, todas se desviaram bastante do original, incluindo um interesse amoroso, mas essa dirigida por Andrew Marton e Compton Bennett, removido durante a produção, por problemas com o protagonista, foi a que entregou um entretenimento de melhor qualidade, filmada em locação na África.
Os jovens podem se lembrar do Allan Quatermain vivido por Richard Chamberlain na década de 80, mas elas eram obras que buscavam imitar a fórmula dos projetos com o arqueólogo Indiana Jones, construindo um desequilibrado misto de aventura e humor, com pouca personalidade. Rever Stewart Granger impondo dignidade ao papel é testemunharmos uma das inspirações de George Lucas.
Ajudando a compor o clima, a única trilha sonora que escutamos são os tambores e os cânticos nativos, o que, para a época, foi uma decisão inovadora. A fotografia premiada de Robert Surtees, que viria a participar também de “Ben-Hur” e “A Primeira Noite de Um Homem”, entre tantos outros, se aproveita da imensidão e ajuda a criar momentos épicos, como a cena da debandada dos animais, que muitas produções tentaram imitar, mas nunca sequer igualaram.
A personagem de Deborah Kerr, cuja interpretação foi clara inspiração para a Willie Scott de “O Templo da Perdição”, busca encontrar seu marido na África selvagem, o que possibilita no primeiro ato um típico travelogue, com o protagonista explicando o conceito de caça e caçador na selva, mostrando didaticamente variados animais em ação predatória, além de algumas soluções que adiam a evolução da trama, únicos elementos que ficaram datados.
Quando todas as peças estão no tabuleiro, incluindo o africano Umbopa, personagem essencial, mas com importância reduzida, o ritmo engata e somos presenteados com uma das melhores aventuras da era de ouro do cinema americano.
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