É impossível pensar em monstros do terror sem se lembrar de Jason Voorhees, ainda mais tendo sido criança na década de 80.
Época maravilhosa, antes do grotesco “politicamente correto”, em que você podia sair da escola, caminhar até a banca de jornal, somente para comprar os pacotes de figurinhas de seu álbum “Terror em Dose Dupla”, protagonizado por Jason e Freddy Krueger, com cenas sangrentas dos filmes e, por incrível que pareça, simpáticas versões infantis dos personagens. Eu adorava este álbum, foi um dos poucos que eu consegui completar.
Alguns anos antes, eu ficava sentado horas na frente do meu Phantom System, versão brasileira do clássico console Nintendo 8-bit, tentando entender como era possível passar de fase no jogo “Sexta-Feira 13”. Eu não tinha nenhuma revista que fornecesse um passo a passo. Aquele Jason, versão púrpura, era amedrontador.
Eu lembro que minha mãe não me deixou ficar acordado para assistir “Sexta-Feira 13 – Parte 6 – Jason Vive” numa “Tela Quente” global. No intervalo da novela, passava aquela cena do Tommy num barco, no meio do Lago Cristal, sendo perseguido pelo assassino da máscara branca. Eu só consegui ter liberdade de acompanhar pela televisão, que azar, quando foi exibido “Sexta-Feira 13 – Parte 8 – Jason Ataca em Nova York”, o filme mais fraco da franquia.
O que importa é que, anos mais tarde, aluguei quase todos os VHS’s na locadora perto de casa, aquelas capas lindas. Sempre achei que as capas dos filmes de terror eram as mais bonitas. Faltava apenas um, o primeiro, o único que eu ainda não tinha assistido. Este era o mais difícil de encontrar em home vídeo. E como não tínhamos opções, o jeito era torcer para passar na televisão. Mais alguns anos se passaram, eu já sabia toda a trama, o “Pânico”, de Wes Craven, já tinha brincado com a ausência do personagem no primeiro, mas encontrar a fita parecia ser uma tarefa impossível.
O destino, irônico como sempre, pregou uma peça. No final de alguma tarde de 1997, voltando de uma sessão de “Titanic”, com minha mãe e minha irmã pequena, percebo nas redondezas a existência de uma locadora de vídeo inexplorada em minhas usuais garimpagens. Ela era bem aprazível, mesmo que pequena, com muitos títulos clássicos de sci-fi e terror. A esperança nascia de novo, meus olhos procuravam em cada prateleira qualquer raridade que pudesse ser adquirida e colocada em minha coleção. Naquele dia, por exemplo, adquiri o VHS de “Planeta Proibido”.
E, já indo embora, a visão periférica me revelou um estojo azulado, numa prateleira baixa, perto da porta de saída. Na imagem da lombada, uma jovem, com um machado enfiado na cabeça. O meu cérebro não queria acreditar, mas aquele era o “Sexta-Feira 13” original, de 1980. Só que, para meu azar, não estava à venda. Sem brincadeira, eu tremia todo de nervoso, eu não podia sair daquele local sem aquele tesouro. Não pensei duas vezes, chamei o gerente, para o choque da minha mãe. A timidez sumia nestas situações.
Após cerca de dez minutos de conversa, com olhares de desaprovação da minha mãe, que estava querendo voltar logo para casa, consegui fazer com que ele me vendesse por um preço razoável. Um momento de tremenda alegria que se manteve em minha memória, a emoção de inserir a fita tão desejada no aparelho pela primeira vez.
A garotada de hoje não faz ideia de como era emocionante o garimpo cultural naquela época pré-internet.
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Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…
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