Críticas

“A Mulher Infame”, de Kenji Mizoguchi

A Mulher Infame (Uwasa no Onna – 1954)

Kyoto, anos 50. Uma jovem entra em conflito com a mãe.

Em sua execução, o filme comprova que até mesmo em um momento menos inspirado o mestre japonês conseguia emocionar.

Retomando o tema das mulheres da vida após alguns projetos mais fabulescos, o roteiro foca na filha, vivida por Yoshiko Kuga, que, após anos de estudo de piano na cidade grande, retorna para casa e entra em confronto com a mãe, estupenda Kinuyo Tanaka, orgulhosa dona de um bem-sucedido ambiente profissional para estas mulheres, ocupação que representa para a jovem uma tradição vergonhosa, além de ter sido o motivo que fez com que o homem que amava a abandonasse.

O figurino e o corte de cabelo remetem a uma jovem Audrey Hepburn, simbolizando a ocidentalização da menina. A postura dela causa revolta nas mulheres do local, que trabalharam para pagar esse refinamento, uma educação que elas conscientemente sabem que nunca terão.

O tom é menos melancólico do que os seus outros projetos no tema, mas a repetição do discurso é trabalhada com pouca criatividade.

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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