Críticas

“Confissões de Um Necrófilo”, de Jeff Gillen e Alan Ormsby

Confissões de Um Necrófilo (Deranged – 1974)

Um homem que vive na parte rural de Wisconsin cuida de sua mãe que é muito dominadora e ensina que todas as mulheres são más. Depois que ela morre, ele sente muita a falta dela. A partir da morte dela, ele começa a fazer as coisas mais escabrosas que se pode imaginar. Estreitamente baseado na história verídica de Ed Gein.

Ao contrário de “O Massacre da Serra Elétrica”, o irmão mais famoso lançado posteriormente no mesmo ano, “Deranged”, dirigido por Jeff Gillen e Alan Ormsby, opta por uma abordagem mais documental sobre Ed Gein, com as frequentes interrupções de um personagem repórter falando diretamente para o público, um recurso que prejudica a imersão e a construção do suspense, aquele clima de pesadelo que a obra de Tobe Hooper dominou com perfeição. Mas a atuação de Roberts Blossom, rica em maneirismos repetitivos perturbadores, compensa qualquer problema. Ele consegue transmitir um misto de insegurança quase infantilizada e doentia loucura.

Os efeitos de Tom Savini, estreando no cinema, já demonstram a competência que o mundo iria aplaudir alguns anos mais tarde, com destaque para uma impressionante cena envolvendo uma colher e um cérebro exposto em um crânio aberto. Não creio que a indústria hoje tenha coragem de detalhar o macabro de forma tão direta, a utilização do humor em certos momentos deixa o que é bizarro ainda mais repulsivo.

Você termina a sessão e sente vontade de tomar banho, o que é um tremendo mérito em uma obra do gênero.

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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