O sistema obrigatório, uma bizarrice nada democrática, faz a
engrenagem da corrupção ser movimentada. O “não votar”, em caso de
discordância com todos os candidatos, deve ser respeitado em qualquer nação em
que o sistema permita que apenas os politicamente conscientes participem da
eleição, como nos Estados Unidos.
A realidade do Brasil é outra, os políticos utilizam o povo
mais humilde como massa de manobra, ganhando votos com promessas de dentaduras
pra vovó, melhoria na praça da frente da casa do seu Zé da padaria, ou, no caso
de Crivella, lugar de destaque no céu dos fiéis. O “não voto” nesse
sistema, quando há uma opção perigosa com potencial de vitória, exatamente pelo
jogo sujo feito pelo candidato, não é estratégico. Xadrez não é o forte do
brasileiro, já sabemos, aqui já é difícil encontrar adultos que saibam
interpretar corretamente um texto.
O “não voto” facilita, por omissão, a vitória do
caráter torto, já que não invalida uma eleição. Se os que votam nulo, ou não
votam, entendessem que em nosso sistema o posicionamento estratégico é
essencial, o panorama político não estaria tão desastroso. Como eu sempre digo,
a raiz de todos os nossos problemas está na educação.
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