Os Pássaros (The Birds – 1963)
Melanie Daniels (Tippie Hedren), uma bela e rica socialite, conhece o advogado Mitch Brenner (Rod Taylor) em um pet shop e fica interessada nele. Após o encontro, ela decide procurá-lo na cidade de Bodega Bay, Califórnia, onde Mitch costuma passar os finais de semana. Entretanto, ela só não sabia que iria vivenciar algo assustador: milhares de pássaros se instalaram na localidade e começam a atacar as pessoas.
Caso a minha memória não esteja me pregando uma peça, creio que “Os Pássaros” tenha sido minha primeira experiência com Hitchcock, na época de garimpo adolescente nas locadoras de vídeo.
É impressionante como a linguagem cinematográfica, o estímulo sensorial inteligentemente trabalhado, pode conseguir fazer com que um bando de pássaros inofensivos se torne uma perturbadora ameaça capaz de conduzir a sociedade a um cenário apocalíptico.
Muitos comentam sobre a eficiência dos efeitos visuais para a época, mas as sequências mais movimentadas não representam o apogeu de terror que o diretor alcança em momentos silenciosos, como os segundos que antecedem o primeiro ataque no barco de Melanie (Tippi Hedren), ou o simples caminhar lento de um personagem que atravessa um parque onde os brinquedos infantis foram dominados pelos pássaros.
A engenhosidade narrativa é impulsionar o filme com o ritmo trivial de uma comédia romântica, conduzindo o espectador até o turning point, mas negando a ele a possibilidade de prever os acontecimentos e, por conseguinte, preparar emocionalmente as reações enquanto passivo elemento diante da tela.
Até mesmo a trilha sonora convencional é descartada neste processo, o que desorienta ainda mais o espectador. É comum encontrar cinéfilos que não compreendem o impacto do filme, até mesmo fãs do diretor que afirmam não gostar dele, o produto final talvez seja o mais experimental em sua carreira, mérito precioso já que ele não precisava provar mais nada, aquele que menos se debruça na padronização retórica do suspense que ele mesmo patenteou.
Os mais dedicados buscaram explicações psicanalíticas, filosóficas e científicas sobre o comportamento dos pássaros, na tentativa de agregar maior valor, mas eu creio que o real pavor do roteiro resida na impossibilidade de se compreender o que ocorre na cidade de Bodega Bay, o medo se intensifica quando cogitamos a hipótese de não haver lógica alguma no fenômeno, logo, somos incapazes de estudá-lo, totalmente indefesos.
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Muito se falou na época sobre este clássico. Mas a ideia que tomou conta da maioria dos americanos, e até mesmo dos críticos especializados, era de que "Os Pássaros" fazia uma forte alusão à invasão comunista à terra do Tio Sam.
Eu assistia na Sessão da Tarde quando criança e morria de medo!
Em um tempo em que não se podia contar com a tecnologia avançada que temos hj, os filmes têm um outro sabor, outro olhar.
Cineastas brilhantes com histórias ousadas e bem arrematadas, fazem com que não nos cansemos em rever várias vezes.
Amante de bons filmes, poucos deles, na atualidade, me levam ao cinema.