Máquina Mortífera (Lethal Weapon – 1987)
Um tira ensandecido (Mel Gibson), que está sempre no seu limite, e um outro tranquilo (Danny Glover), que espera apenas a sua aposentadoria chegar, tornam-se parceiros para lutar contra uma quadrilha composta por ex-militares da guerra do Vietnã.
O segredo do sucesso do roteiro está na criação de um protagonista à beira de um colapso mental, um homem que perdeu a esposa em um acidente de carro, alguém que lida diariamente com a pulsão de tirar a própria vida, o policial Martin Riggs (Mel Gibson). Ele foi se tornando mais socialmente aceitável nas sequências, mas no original ele está pedindo para ser liquidado por seus oponentes.
A ideia do criador dos personagens, o roteirista Shane Black, conduzia Riggs para a eliminação no desfecho do segundo, porém, por compreensíveis razões financeiras, os produtores se recusaram e o autor se afastou do projeto.
É inesquecível a clássica cena em que o policial tenta persuadir um homem desesperado a desistir do ato de dar fim à própria vida pulando junto com ele do alto do prédio, o que conduz à sequência mais forte da franquia, uma aula de atuação de Gibson, provando para o colega que ele é realmente capaz de tirar a própria vida, que as suas atitudes radicais não eram uma forma de conseguir pensão da instituição, uma maneira genial do roteiro quebrar as expectativas do público.
A trilha traz Michael Kamen, Eric Clapton e David Sanborn, uma identidade sonora de personalidade, você escuta um riff e a sua memória afetiva já te leva para aquele momento no tempo.
Eu assisti a ele pela primeira vez aos seis anos, em VHS, na casa de um tio, mas só fui apreciar de verdade na época do lançamento do segundo nas locadoras de vídeo. A estreia do segundo teve ampla cobertura nas revistas SET, Cinemin e Vídeo News, acompanhei com mais consciência cinéfila. O terceiro foi marcante, gravei na exibição do primeiro “Tela Quente” do ano, devo ter visto umas cinco vezes só naquela semana.
É curioso constatar que o aspecto humano que move a franquia prevalece sobre a violência, as crianças da década de 80 se apaixonavam por esses filmes, puras e sensíveis, captando esse coração nas tramas. É, acima de tudo, uma história de amizade, cumplicidade e amor pelo conceito de família.
A questão racial nunca é levantada, outro ponto importante, já que o projeto similar: “48 Horas”, lançado anos antes, era alicerçado nos estereótipos, Eddie Murphy vivia o criminoso falastrão, o malandro de rua.
A explosiva união de Shane Black, Richard Donner, Mel Gibson, Danny Glover e Joe Pesci, o ápice do cinema de ação norte-americano dos anos 80. “Máquina Mortífera” introduzia neste contexto um louco e um parceiro cinquentão cansado, aposentado, um certinho homem de família, Roger Murtaugh (Danny Glover). O encontro destes dois opostos garantia o charme que até hoje a indústria tenta, sem sucesso, igualar.
A essência emocional também era diferente de tudo que estava sendo produzido, a importância da família, representada na subtrama de vingança de Michael Hunsacker (Tom Atkins), após a eliminação da filha, ou no instinto protetor de Murtaugh com sua filha mais velha, mas, especialmente, na relação que se estabelece entre Riggs e Murtaugh, a forma como o veterano o acolhe em seu lar.
Outro fator importante que não foi superado nas continuações é a figura do vilão Joshua, a imponência visual de Gary Busey, a briga noturna na chuva iluminada pelo holofote de um helicóptero, cena responsável por apresentar o Jiu-Jitsu brasileiro ao mundo.
Trilha:
Gladiador 2 (Gladiator 2 - 2024) Lúcio (Paul Mescal) deve entrar no Coliseu após os…
Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…
Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…
No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não…
Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…
No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não…
View Comments
Shane Black foi o diretor perfeito pelo este filme. Ele fez um excelente trabalho com filmes de ação. Revisei a trajetória de Shane Black e me impressiona que os seus trabalhos tenham tanto êxito, um dos meus preferidos é filme Dois Caras Legais por que faz com que o espectador se sente a ver o filme. Este filme é um dos melhores do gênero de drama que estreou o ano passado. No elenco vemos Russell Crowe e Ryan Gosling, dois dos atores mais reconhecidos de Hollywood que fazem uma grande atuação neste filme. Realmente a recomendo.