Rabo de Foguete (Visit to a Small Planet – 1960)
Jerry Lewis é o alienígena Kreton, um ET atrapalhado e curioso por descobrir como é a vida na Terra. Sai escondido de seu planeta e aterrissa no quintal de um famoso jornalista de TV que não acredita em extraterrestres. Kreton deseja fazer um estudo dos humanos e se apaixona pela filha (Joan Blackman) do jornalista, mas sua incapacidade provoca uma série de confusões e coloca a vida do jornalista de cabeça para baixo.
No mesmo ano, Jerry Lewis lançaria seu primeiro projeto como diretor, “O Mensageiro Trapalhão”, ele ainda estava dando os primeiros passos criativos sem Dean Martin, com quem já havia feito várias comédias dirigidas pelo competente Norman Taurog, como “Sofrendo da Bola”, “O Meninão” e a excelente “O Biruta e o Folgado”.
No ano anterior, ele comandou “A Canoa Furou”, fraca tentativa solo de Lewis, mas foi com “Rabo de Foguete”, adaptada de uma peça de Gore Vidal que utilizava o tema da ufologia para criticar o pavor midiático da ameaça vermelha pós-Segunda Guerra, que os dois acertaram na ousadia temática.
É claro que todo o contexto crítico foi incrivelmente amenizado no cinema. No ano seguinte, Taurog iniciaria uma longa e produtiva parceria cinematográfica com Elvis Presley.
Vidal detestou a escolha de Lewis para protagonizar o trabalho defendido pelo elogiado ator Cyril Ritchard na Broadway, papel que deu a ele uma indicação ao prêmio Tony. O caso é que o comediante extremamente popular era sinônimo de lucro alto nas bilheterias, o estúdio não pensou duas vezes.
O histrionismo de Lewis funciona especialmente pelo contraste que se estabelece com o personagem do jornalista, vivido por Fred Clark, equilíbrio raramente alcançado e que potencializa o efeito cômico de várias sequências.
A trucagem visual de Fred Astaire em “Núpcias Reais”, lançado nove anos antes, pode ser vista aqui, com Lewis andando pelas paredes da sala. Outro momento fantástico ocorre na pista de dança, com o alienígena camarada demonstrando dificuldade em compreender e acompanhar os passos da jovem terráquea símbolo da geração Beatnik.
Um dos trabalhos mais curiosos do saudoso Lewis, para ver e rever.
Trailer:
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