Cachorros (Los Perros – 2017)
Mariana (Antonia Zegers) é membro de uma importante família chilena mas, apesar dos privilégios, encontra-se inteiramente infeliz em sua própria casa. Sentindo-se desprezada pelo pai e pelo marido, ela encontra refúgio nos braços do seu professor de equitação Juan (Alfredo Castro), acusado de diversos crimes durante a ditadura. A partir deste caso amoroso, o passado de sua família vem à tona.
A roteirista/diretora chilena Marcela Said já havia dado aula de como entediar o público com “O Verão dos Peixes-Voadores” (2013), seu projeto anterior, o primeiro de ficção, mas agora ela retorna demonstrando que nada é tão ruim que não possa piorar.
O desenvolvimento narrativo de “Cachorros” é desprovido de calor humano, arrastado, longas sequências que dizem pouco ou quase nada sobre os personagens. Durante os primeiros dez minutos, etapa em que um bom roteiro busca captar a atenção do espectador, a câmera se perde em passeios de carro, admirando a paisagem. Nada sabemos sobre a trama, logo, não há investimento emocional. A metáfora simbólica com os animais do título é frágil e repetitiva, parece que a própria autora não compreende bem a mensagem que deseja transmitir, falta segurança com o material e um pouco de atitude.
A protagonista mantém um caso extra-conjugal com seu professor de equitação, sabendo que ele está sendo processado por seu envolvimento com a polícia secreta de Pinochet. O marido a obriga a fazer um tratamento hormonal para engravidar. Na própria família, o pai, um rico empresário, colaborou com o regime militar e a obriga a assinar documentos sem ler. Ela, apesar de tudo, parece ser incapaz de resistir às ordens deles, uma representação sem brilho do conformismo da burguesia chilena.
O texto não ajuda, pecando pelo didatismo excessivo, especialmente na metade final, mas Antonia faz milagre com toques sutis em sua interpretação, inserindo camadas de calculada ironia e insolência na apática submissão. Sem uma atriz tão competente, a experiência de ver este filme seria praticamente insuportável.
Cotação:
Jurado Nº 2 (Juror #2 - 2024) Pai (Nicholas Hoult) de família serve como jurado…
Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…
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