Nesta semana, devido ao “Dia Laranja”, muito se falou sobre violência doméstica contra mulheres, vários casos recentes nos noticiários. O tema é repugnante, não costumo abordar diretamente em meus textos, mas, como tenho um público majoritariamente feminino, acho válido utilizar este espaço para propor uma breve reflexão sobre os sinais de um relacionamento tóxico, a importância de tentar se precaver. São pequenos gestos que podem romper o véu da natural teatralidade dos primeiros encontros e evidenciar um caráter torto/agressivo, uma personalidade com tendências violentas.
Muitos repetem a máxima: “Quer conhecer um homem? Dê poder a ele”. Eu gosto de utilizar uma mais certeira, infalível. Antes de investir emocionalmente em uma relação, veja como o rapaz trata o garçom do restaurante. Se ele ignora a presença do funcionário à mesa, acione o alerta vermelho. Ele se considera superior, digno de ser servido, em suma, um grosseirão machista. Qualquer atitude que ele considere equivocada será justificativa para levantar a voz, a humilhação é uma arma letal que ele irá utilizar sempre que se sentir acuado. Ao menor sinal de reação da mulher, ou insinuação de que ela quer terminar o caso, ele se coloca como vítima, o abuso psicológico já virou rotina. Ele enxerga a parceira como um objeto, um troféu, utilizada por vezes até mesmo para disfarçar na sociedade uma sexualidade mal resolvida. Se a mulher demonstrar medo, ele pode partir para a agressão física. É fundamental que se peça ajuda, que se enfrente o problema e que se retire cirurgicamente o nódulo antes que ele se torne um câncer maligno na vida, destruindo progressivamente a autoestima e, por conseguinte, alimentando o monstro.
A realidade é que muitas mulheres entregam suas vidas nas mãos de parasitas asquerosos, gente verdadeiramente desprezível, acreditando que a pessoa vai mudar, vai melhorar com o tempo, pura ilusão. Se o homem abraça a violência como discurso aceitável, um deselegante contumaz, não há outro caminho a não ser a bestialização do indivíduo. Evite os riscos, valorize-se, priorize a sensibilidade como companhia romântica.
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