O tema é espinhoso, mas muito importante. É fundamental que as mulheres tentem se precaver, analisando já nos primeiros encontros os sinais de um relacionamento agressivo. Como sempre reforço, veja como o homem trata o garçom do restaurante. Se ele ignora a presença do funcionário à mesa, acione o alerta vermelho. Ele se considera superior, digno de ser servido, em suma, um grosseirão.
Qualquer atitude que ele considere equivocada será justificativa para levantar a voz, a humilhação é uma arma letal que ele irá utilizar sempre que se sentir acuado. Ao menor sinal de reação da mulher, ou insinuação de que ela quer terminar o caso, ele se coloca como vítima, o abuso psicológico já virou rotina. Ele enxerga a parceira como um objeto, um troféu, utilizada por vezes até mesmo para disfarçar na sociedade uma sexualidade mal resolvida. Se a mulher demonstrar medo, ele pode partir para a agressão física.
É fundamental que se peça ajuda, que se enfrente o problema e que se retire cirurgicamente o nódulo antes que ele se torne um câncer maligno na vida, destruindo progressivamente a autoestima e, por conseguinte, alimentando o monstro. A realidade é que muitas mulheres entregam suas vidas nas mãos de parasitas asquerosos, gente verdadeiramente desprezível, acreditando que a pessoa vai mudar, vai melhorar com o tempo, pura ilusão.
Se o homem abraça a violência como discurso aceitável, um deselegante contumaz, não há outro caminho a não ser a bestialização do indivíduo. Evite os riscos, valorize-se, priorize a sensibilidade como companhia romântica.
Eu garimpei seis títulos que tocam no tema, alguns são facilmente encontrados na internet.
Cama Ardente (The Burning Bed – 1984)
Uma esposa (Farrah Fawcett) violentamente abusada cansa de apanhar do marido. Todo lugar em que ela procura ajuda, ninguém pode fazer muito por ela. Uma noite, ela coloca fogo na cama enquanto ele dorme. Telefilme baseado em uma história real.
Provoked – Desejo de Liberdade (Provoked: A True Story – 2006)
Dirigido pelo indiano Jagmohan Mundhra, do ótimo “Bawandar” (2000), o roteiro carrega no melodrama para contar a história real da jovem Kiranjit, vivida pela belíssima Aishwarya Rai, acusada de eliminar o marido agressor, vivido por Naveen Andrews (mais conhecido hoje pela série “Sense8”), que extravasava sua insegurança e suas frustrações em espancamentos diários, sentindo-se totalmente seguro em sua cultura machista que garantia a impunidade. Como todo covarde, ele é emocionalmente infantilizado, alguém que se revolta por não encontrar na esposa uma figura materna que esteja disponível a todo momento, pronta para satisfazer todos os seus anseios.
Só Minha (Sólo Mía – 2001)
Joaquín (Sergi López) e Ángela (Paz Vega) são um casal feliz e apaixonado. O amor deles foi à primeira vista, se casaram em poucos meses e eram felizes. A primeira gravidez de Ángela os encheu de felicidade, até que pouco depois aparecem as primeiras brigas e insultos. É necessário apenas um dia ruim de Joaquin para que Ángela descubra a verdadeira natureza violenta do marido.
Dormindo Com o Inimigo (Sleeping with the Enemy – 1991)
Em um casamento que já dura quatro anos, Sara (Julia Roberts) e Martin (Patrick Bergin) personalizam o par mais perfeito, feliz e próspero, mas na realidade o marido espanca regularmente sua mulher. Assim, para escapar desta tortura diária, ela simula sua própria morte e foge para uma outra cidade, a fim de recomeçar sua vida com uma nova identidade. Após algum tempo ela se apaixona, mas seu marido descobriu indícios de que ela pode estar viva e decide encontrá-la de qualquer maneira.
Grite Por Socorro (A Cry for Help: The Tracey Thurman Story – 1989)
Tracy Thurman era casada com um homem que abusou dela. Mas ele continua a atormentá-la depois que ela recebe uma ordem de restrição, e a polícia não faz nada para ajudá-la. Quando ele bate nela brutalmente na frente da polícia, ela processa a cidade e o departamento de polícia por não protegê-la.
Instinto Assassino (Deadly Intentions – 1985)
Uma jovem ingênua se apaixona e se casa com um médico, contudo ela percebe que ele não é o que parecia. Baseado em uma história real, foi exibido na televisão brasileira no final da década de 80, dividido em capítulos, um sucesso de público na época.
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