Críticas

Crítica de “Podres de Ricos”, de Jon M. Chu

Podres de Ricos (Crazy Rich Asians – 2018)

Rachel Chu (Constance Wu) é uma professora de economia nos EUA e namora com Nick Young (Henry Golding) há algum tempo. Quando Nick convida Rachel para ir no casamento do melhor amigo, em Singapura, ele esquece de avisar à namorada que, como herdeiro de uma fortuna, ele é um dos solteiros mais cobiçados do local, colocando Rachel na mira de outras candidatas e da mãe de Nick, que desaprova o namoro.

Como apaixonado por cinema e crítico profissional, não levo em consideração na análise questões que fogem da eficiência do produto naquilo que ele se propõe entregar. O filme está recebendo muitos elogios internacionalmente pelo elemento da representatividade asiática no mercado hollywoodiano, vários diálogos trabalham com ironia este aspecto ao inverter estereótipos, detalhe que costuma afugentar comentários negativos, mas, o que realmente importa é a qualidade da obra no combalido gênero da comédia romântica.

E, como primeiro ponto negativo, o roteiro de Peter Chiarelli e Adele Lim não evita apostar nos mesmos clichês que, nas últimas décadas, reduziram os esforços criativos de mestres como Ernst Lubitsch, Frank Capra, Howard Hawks, Billy Wilder e Preston Sturges, ao robótico reiterar de uma fórmula limitada, com textos fracos defendidos por uma estética extravagante, em suma, o enquadramento bonito do beijo se tornou mais importante que o processo romântico que conduz o casal ao ato. O público feminino adolescente pode até encontrar algum charme nas tramas, mas as produções já não encantam os adultos.

“Podres de Ricos” parece propaganda televisiva, irritantemente artificial e com poucos (ainda que gratificantes) momentos que permitem alguma emoção genuína transpirar, apesar de ser protagonizado por Constance Wu, Henry Golding e a veterana Michelle Yeoh, que exalam simpatia, o resultado é enfraquecido também pela fraca construção de personagens, rasos e/ou caricaturais. O diretor Jon M. Chu, responsável pelas bombas “Jem e as Hologramas”, “G.I. Joe: Retaliação” e o documentário “Believe” sobre Justin Bieber, consegue demonstrar alguma evolução, apoiado na divertida história desavergonhadamente melosa, mas sua assinatura não tem brilho, carece de personalidade, algo que é prejudicado ainda mais por uma montagem que comete deslizes amadores.

Uma boa opção para tardes chuvosas, esquecida minutos depois da sessão.

Cotação: 

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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