A Garota na Névoa (La Ragazza nella Nebbia – 2017)
Anna Lou (Ekaterina Buscemi), uma garota de 16 anos de uma pequena aldeia nas montanhas dos Alpes italianos, desaparece de repente. Chamado para investigar o mistério, o enigmático detetive Vogel (Toni Servillo) logo percebe que este caso está longe de ser simples. Trabalhando contra o relógio e em meio a um frenesi de mídia sem precedentes e crescente, Vogel faz uso de seus métodos não convencionais para descobrir a verdade, em uma cidade onde os motivos são obscuros, os fatos são distorcidos – e todos podem ser suspeitos.
Baseado no romance homônimo, escrito pelo próprio roteirista/diretor Donato Carrisi, “A Garota na Névoa” é uma promissora estreia no cinema do experiente profissional da televisão. Do autor, eu havia lido apenas “O Tribunal das Almas”, gostei bastante, mas após ver este filme, tive a curiosidade despertada e adquiri o e-book em inglês na Amazon, para analisar os méritos da adaptação, agregando informação à preparação deste texto. É uma leitura agradável, não é particularmente brilhante, típico suspense policial atmosférico page turner, pensado em linguagem cinematográfica, terminei em quatro dias.
O roteiro toma poucas liberdades, entregando um produto inferior ao livro, falhando principalmente pelo purismo amador de evitar amalgamar personagens secundários em prol de uma melhor fluência de ritmo, mas também peca na aparente insegurança do multifacetado terceiro ato, como se o próprio Carrisi não soubesse ao certo como concluir a trama de forma mais eficiente neste novo terreno criativo.
O diretor parece mais interessado na mensagem que deseja transmitir, os absurdos que podem ser cometidos quando a imprensa se mostra capaz de tudo para alimentar os abutres, do que em estabelecer sensorialmente os gatilhos para garantir que o público se importe com aquilo que está acompanhando. A vulnerabilidade do detetive Vogel, escravo da vaidade, insere algumas reflexões pertinentes, mérito da interpretação de Toni Servillo, um misto de arrogância e insegurança, mas suas ações nunca são devidamente justificadas na trama, algo ainda mais irritante para quem não leu o livro.
O filme, assim como a vazia estética artificial da utilização de maquetes nas sequências de transição de tempo e espaço, quer parecer ser mais profundo do que é, mas encontra como obstáculos pedestres os vários furos narrativos que vão sendo acumulados no decorrer da investigação.
Vale como entretenimento despretensioso, uma ponte para que o público busque conhecer a obra literária do autor.
Cotação:
Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…
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