Críticas

“Thomas Edison – O Mago da Luz”, de Clarence Brown

Thomas Edison – O Mago da Luz (Edison, The Man – 1940)

O inventor Thomas Edison participa de um evento que comemora os cinquenta anos da luz elétrica. Aos 82 anos, ele relembra sua carreira desde o dia em que chegou a Nova York, sem dinheiro, até seu triunfo como o criador da lâmpada incandescente.

Assim como toda cinebiografia norte-americana da época, esta não segue com extrema fidelidade a vida do homenageado, mas as liberdades tomadas aprimoram o resultado, mérito do competente diretor Clarence Brown, nesta refinada produção da MGM. O foco é direcionado para a perseverança de Thomas Edison (excelente Spencer Tracy) em seu sonho, colocando-o em confronto direto com Taggart (Gene Lockhart), um banqueiro que vê na possibilidade de iluminação elétrica, uma desvalorização de seus investimentos em gás. Como todo incompetente, o homem busca complicar ainda mais a já bastante complicada vida de Edison. Ele só não contava com a incrível persistência dele.

É curioso que a importante relação do inventor com o próprio cinema em sua gênese não recebe atenção, opção que vai contra a usual autocelebração da indústria. A sua obra-irmã, “Young Tom Edison”, lançado pelo estúdio no mesmo ano, protagonizado por Mickey Rooney, não sobreviveu tão bem ao teste do tempo. Realizado apenas nove anos após o falecimento de Edison, o filme reflete também a aproximação da Segunda Guerra Mundial (patriotismo e a preocupação com a destruição do homem pelo próprio homem). Algumas cenas, ainda que resolvidas de forma puramente clichê, funcionam maravilhosamente e emocionam, como quando Edison avisa seus colegas trabalhadores que não terá mais como os pagar pelo serviço.

Um filme essencial que deveria ser visto por todos os adolescentes, uma pérola que permanece injustamente empoeirada nas estantes de um povo que não valoriza a memória cultural. Se perguntar para a garotada hoje em dia, a maioria nem sabe quem foi Thomas Edison. Triste mundo moderno.

Cotação: 

  • O filme foi lançado em DVD pela distribuidora “Classicline”.
Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

Recent Posts

Dica do DTC – “Jesús, el Niño Dios” (1971), de Miguel Zacarías

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não…

3 dias ago

Dica do DTC – “Sangue e Areia” (1941), de Rouben Mamoulian

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não…

4 dias ago

Os Melhores Filmes do Ano – 2024

Eu amo preparar esta tradicional lista de 10 Melhores Filmes lançados no Brasil, nas salas…

6 dias ago

Crítica de “Jurado Nº 2”, de Clint Eastwood

Jurado Nº 2 (Juror #2 - 2024) Pai (Nicholas Hoult) de família serve como jurado…

7 dias ago

ÓTIMOS filmes que ACABAM de entrar na NETFLIX

Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…

7 dias ago

PÉROLAS que ACABAM de entrar na AMAZON PRIME

Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…

7 dias ago