Sexta-Feira 13: Parte 5 – Um Novo Começo (Friday the 13th: A New Beginning – 1985)
Depois de sofrer com o ataque de Jason na infância, Tommy (John Sheperd), já adolescente, sofre de problemas psicológicos e acaba sendo levado para um instituto de saúde mental, onde os internos passam por um diferenciado tratamento, convivendo livremente em uma casa de campo com rotinas de trabalho rural.
Eu sinto um fascínio estranho por produções ruins, equivocadas, acho mais interessante procurar a agulha no palheiro, do que elogiar filmes impecáveis. Há dois filmes na franquia que ousam narrativamente, “Jason Vai Para o Inferno” e esta pérola incompreendida, que na revisão para o texto se mostrou bem menos pior do que minha memória me jurava ser.
Após o surpreendente sucesso do quarto filme, ironicamente intitulado “O Capítulo Final”, os produtores teriam sido muito tontos se não arrumassem uma maneira de continuar, logo, aplaudo que eles tenham escolhido o caminho menos óbvio. Uma pena que o esforço tenha sido repudiado à época pelos fãs.
O problema nem estava tanto no fato de revelar no terceiro ato que o assassino vestido de Jason e que agia como Jason, não era Jason, mas sim, em decidir fechar a trama com Tommy, a vítima, metendo o facão na supervisora, para, segundos depois, revelar que aquilo havia sido um pesadelo, e, antes dos créditos finais, mostrar ele vestindo a máscara de Jason, pronto para iniciar sua jornada sangrenta. Este plot twist dentro do plot twist, dentro de outro plot twist, quebrou a confiança do espectador no que estava vendo, tornando irrelevante tudo o que havia sido mostrado.
Analisando a obra como um ponto fora da curva, sem comparações, os méritos começam a aparecer. É puro gore, mais violento do que o normal, doentio, com um protagonista vivido por um ator dedicado, John Shepherd se preparou para o papel passando alguns meses como voluntário em um hospital psiquiátrico. O caso é que o jovem fez tudo isto sem saber que estava inserido em um filme da franquia “Sexta-Feira 13”. O processo de pré-produção foi na surdina, o título era falso. Imagine a decepção do pobre rapaz, preocupado em transmitir a complexidade psicológica do transtorno, mas, ao final de tudo, sendo remunerado para esta bobagem divertida.
A origem do criminoso é tola ao extremo, um paramédico que vinga o assassinato do filho doente, disfarçando-se de Jason e matando vários adolescentes sem qualquer relação com o ocorrido, com demonstrações de força sobrenaturais, em suma, nada faz sentido. É tanta morte, cada uma mais criativa que a outra, tem gente que é eliminado e você nem sabe de onde apareceu, caricaturas genéricas e ofensivas que soltam algumas frases antes de serem picotadas.
O diretor Danny Steinmann não fez mais nada depois, algo bastante compreensível…
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