O Rei Leão (The Lion King – 2019)
Traído e exilado de seu reino, o leãozinho Simba precisa descobrir como crescer e retomar seu destino como herdeiro real nas planícies da savana africana.
O projeto tinha vários obstáculos, por exemplo, muito do carisma da animação original estava exatamente nos traços caricaturescos dos animais, algo que se perde na opção pela abordagem fotorrealista, não há como mostrar um grande leque de expressões faciais, elemento fundamental em uma trama que prima pela emotividade.
Some a isto o fato de que o roteiro é praticamente idêntico, com leves alterações que perdem feio na comparação, para constatar que, fora o óbvio apelo comercial e a curiosidade natural pela atualização da tecnologia, o novo “O Rei Leão” não justifica sua existência. Se era possível enxergar a assinatura de Favreau em “Mogli: O Menino Lobo”, desta feita ele está no piloto automático, quase um laranja dos executivos da Disney.
Na versão dublada em português, outro problema que prejudica a imersão é a utilização de pessoas em papeis de destaque sem experiência na função (especialmente considerando o nível de dificuldade graças à inexpressividade das faces dos animais), o ator Ícaro Silva (Simba) causa estranhamento logo na primeira cena cantando “Hakuna Matata”, já Iza (Nala), cantora que nunca havia atuado, apesar de esforçada, também compromete alguns momentos dramáticos.
Quando contracenam com profissionais da área, como Glauco Marques (Pumba) e Ivan Parente (Timão), o contraste é perceptível. Até as sequências musicais carecem de impacto nas vozes, tudo muito limpinho, sem sabor, calculado como quase todo o material pop das rádios de hoje. Eu compreendo as razões mercadológicas por trás das escolhas, a culpa não é dos famosos escolhidos, mas é um caso em que prestigiar a sessão legendada, apesar da memória afetiva de ter crescido com as músicas em português do desenho de 1994, favorece bastante a experiência.
Dito isto, analisando estritamente o filme por sua proposta, aplausos de pé para a equipe de computação gráfica, o resultado é impressionante, você não duvida nem por um momento que tudo na tela é real. Uma alteração positiva, talvez a única narrativamente válida, uma montagem protagonizada por um simples tufo de pelos do Simba, eficientemente trabalha o leitmotiv do ciclo da vida para o público mais novo. Eu destaco também o melhor aproveitamento do macaco Rafiki, que passa de puro alívio cômico para uma presença com contornos místicos mais acentuados.
Vale o ingresso pelo espetáculo visual, mas recomendo que apresentem aos seus filhos esta linda história da melhor maneira, prestigiando o original em uma terna sessão familiar em casa.
Cotação:
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