Um Crime de Mestre (Fracture – 2007)
Willy Beachum (Ryan Gosling) é um jovem e ambicioso promotor público, que está no melhor momento de sua vida profissional. Ele tem 97% de vitória nos casos em que atuou e está prestes a assumir um cargo na famosa agência Wooton Sims. Porém, antes de deixar o cargo de promotor ele tem um último desafio pela frente: Ted Crawford (Anthony Hopkins). Após descobrir que sua esposa o estava traindo, Ted cometeu o impensável. Parecia um caso simples, já que era um crime premeditado e com uma confissão clara, mas Ted cria um labirinto complexo em torno do caso de forma a tentar sua absolvição.
O diretor Gregory Hoblit é mais conhecido na seara televisiva, mas comandou alguns suspenses competentes, como “As Duas Faces de Um Crime” e “Possuídos”, além de um thriller/sci-fi respeitável, “Alta Frequência”, mas a sua maior contribuição para o cinema até o momento é “Um Crime de Mestre”, uma genuína pérola com uma trama inteligente, obrigatória para profissionais do Direito, e que infelizmente passou despercebida pelo radar de muitos cinéfilos.
A inteligência e a capacidade de adaptação de Ted é tão sedutora, que o público chega a torcer para que ele vença a disputa com o jovem promotor público arrogante, que, sem disfarçar, aprende com seu nêmesis muito mais do que em todas as aulas da faculdade. Claro que este jogo cênico não seria tão eficiente sem dois atores impecáveis como Gosling e Hopkins. O resultado é tão envolvente, o ritmo é tão cativante, que até relevamos alguns clichês narrativos compreensíveis.
Vale ressaltar que o filme segue um estilo clássico, não se rende aos artifícios modernos de montagem, nada é apressado, você é convidado a pensar a estratégia dos personagens junto com os mesmos. Ted consegue o impossível, fazer com que a sua própria confissão seja considerada inválida diante dos jurados no tribunal, sem deixar prova material do crime cometido.
Qualquer diretor menos criativo teria terreno fértil para muitos malabarismos visuais, com o objetivo de confundir ainda mais o espectador, mas Hoblit opta por um caminho que remete ao grande Sidney Lumet, sem sequências de ação, ele consegue manter a tensão elevada pelas palavras que são ditas, por vezes, um sutil movimento de sobrancelha já é suficiente para injetar adrenalina numa cena aparentemente comum.
Uma pérola que merece ser reavaliada e mais reconhecida pelos cinéfilos dedicados.
Cotação:
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