Críticas

Crítica de “It – Capítulo 2”, de Andy Muschietti

It – Capítulo 2 (It: Chapter Two – 2019)

Uma promessa feita há vinte e sete anos chama 7 adultos para se reunirem em Derry, Maine, onde, enquanto adolescentes, lutaram contra uma criatura maligna que atacava as crianças da cidade. Não tendo a certeza de que seu Clube de Perdedores havia vencido a criatura todos aqueles anos atrás, os sete haviam jurado retornar a Derry se o Pennywise (Bill Skarsgård) reaparecesse.

A pedra no sapato do livro original e da adaptação de 1990, a inferior segunda metade, ganha destaque nesta frustrante continuação do ótimo “It – A Coisa”. O roteiro de Gary Daubermann faz o que pode com o material, mas comete o deslize de se estender além do suportável, as quase 3 horas de duração proporcionam uma barriga considerável na trama e prejudicam a imersão emocional do público. A resolução rápida demais, tida como problema na versão com Tim Curry, recebe agora todo o tempo do mundo e ainda maior fidelidade ao texto de Stephen King, comprovando que o problema não é a forma, o conteúdo é que é fraco.

Os personagens envelheceram, mas seguem presos aos traumas do passado, Eddie (James Ransone) sofre em um relacionamento sufocante (a mulher, toque simbólico precioso, é vivida pela mesma Molly Atkinson, que interpretou sua mãe dominadora no anterior), Richie (impecável Bill Hader) extravasa a angústia nos palcos em que atua como comediante, Bev (Jessica Chastain) enxerga em seus parceiros amorosos os abusos sofridos com seu pai, Bill (James McAvoy) é um roteirista de cinema e escritor frustrado, em suma, todos ainda são psicologicamente infantilizados, elemento que se intensifica pela forma caricatural com que o filme trabalha a consciente repetição de trejeitos.

Redundante, cansativo, previsível e pretensioso, este segundo capítulo se mostra mais eficiente nas sequências cômicas do que nas de terror, com mudanças bruscas de tom que servem apenas para distrair o espectador, infelizmente o diretor argentino Andy Muschietti não consegue repetir o mágico equilíbrio do primeiro.

Cotação:

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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