Séries

Crítica nostálgica de “Jonny Quest”, clássico da Hanna-Barbera

Jonny Quest (1964 a 1965)

As aventuras de um garoto, de 10 anos, que junto com o seu pai cientista e um grupo de amigos, viajam em missões secretas à serviço do governo americano, resolvendo diversos mistérios.

Aquela abertura musical, composta por Hoyt Curtin, já me deixava super empolgado, o estilo de desenho realista que bebia diretamente da fonte das revistas em quadrinhos, eu lembro bem de sentir que aquilo, inserido nas programações infantis matinais e vespertinas, destoava tremendamente em vários sentidos, parecia “filme”.

A produção foi muito cara para os padrões do estúdio, o excessivo zelo nos detalhes, os cenários de fundo elaborados por Doug Wildley e que eram alterados em cada episódio, o piscar dos olhos, as sombras dos personagens, elementos que revolucionaram a animação televisiva e que serviram de inspiração para a geração seguinte de profissionais, mas que cobraram seu preço, o projeto durou apenas uma temporada, 26 aventuras.

Uma das referências mais óbvias é a franquia 007, que estava explodindo de popularidade na época. O vilão Dr. Zin é uma versão do Dr. No, ele é membro de uma organização criminosa nos moldes da SPECTRE. Havia bastante violência nas tramas, mais do que o normal em produtos direcionados ao público infanto-juvenil, um nível que hoje seria impensável pela patrulha do politicamente correto. A questão é que os criadores não subestimavam a inteligência dos pequenos, não nivelavam por baixo como a indústria faz atualmente. O humor refinado dos diálogos também merece nota especial, sem gordura extra, com muitos one-liners, algo realmente à frente de seu tempo.

Vale destacar a dublagem brasileira impecável da AIC, contando com Rafael Cortez Neto (Jonny), Olney Cazarré (Hadji), Dennis Carvalho (Roger Bannon) e Amaury Costa (Dr. Quest).

Eu selecionei os melhores episódios, em ordem de exibição, para facilitar o seu garimpo:

O Mistério dos Homens-Lagartos: Cinco navios pesqueiros desaparecem no Mar de Sargaços. O Dr. Quest, um cientista, é chamado para resolver um caso policial.

A Maldição de Anubis: Estátua do deus Anúbis é roubada de museu egípcio, como parte dos planos de um político local para incriminar o Dr. Quest e Roger Bannon.

O Robô Espião: Mais um dos planos de espionagem do Dr. Zin, um robô que mais parece uma enorme aranha, com pernas finas e longas.

A Sombra do Condor: O Barão Vermelho, ás da aviação da Primeira Guerra Mundial, desafia Roger Bannon para uma batalha aérea, em biplanos, entre as escarpas dos Alpes Andinos.

Os Dragões de Ashida: O resgate de um jovem fugitivo no mar leva o grupo à ilha do Dr. Ashida, na qual lagartos gigantescos amedrontam os nativos.

Turu, o Terrível: Enquanto pesquisa um novo metal para o programa espacial, o binóxido, o Dr. Quest aproveitam para resolver o mistério do Turu, um pteranodonte que apavora os nativos.

O Monstro Invisível: Cientista pede ajuda ao Dr. Quest para combater monstro molecular, fruto das suas próprias experiências.

A Casa dos Sete Gárgulas:  Justamente quando o Dr. Quest chega para visitar o Dr. Erickson, e conhecer a sua última descoberta, a barra que neutraliza a gravidade é roubada.

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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