Críticas

“Jockey da Morte” (1915), clássico mudo do dinamarquês Alfred Lind

Jockey da Morte (Il Jockey della Morte – 1915)

Se você é fã do John Wick, cresceu vibrando com as peripécias do John McClane, vivido por Bruce Willis, em suma, curte filmes com sequências de ação vertiginosas e empolgantes, precisa conhecer esta pérola italiana precursora no gênero, que marcou também a história das salas de cinema brasileiras, tendo sido a sessão de inauguração do lendário Cine Riche, de Luiz Severiano Ribeiro, em 23 de dezembro de 1915.

A trama é simples e envolvente, o jovem Henri visita o castelo de sua família, com uma carta do pai moribundo, exilado após viver um romance com uma artista circense, pedindo que seu filho não seja punido pelos seus erros, e, principalmente, receba sua parte na herança.

O problema é que o contador da família, quinze anos antes, já havia vendido para um casal de ciganos uma bebê, que acreditava ser a única herdeira, desejando tomar o controle total da propriedade, logo, após tantos anos desfrutando de sua posição conquistada de maneira criminosa, ele não aceitaria calado aquele imprevisto, imediatamente planeja eliminar o jovem.

Não vou revelar mais para não estragar a experiência, mas o ritmo da obra é frenético, com direito a sequências impressionantes (ainda hoje) no terceiro ato que precedem as façanhas acrobáticas de Buster Keaton, que só viria a estrear nas telas dois anos depois.

Eu destaco dois momentos de tirar o fôlego, o perigoso passeio de bicicleta na corda bamba sobre um rio, e a descida da montanha com uma tirolesa improvisada. É incrível imaginar que eles conseguiram realizar estas cenas sem qualquer truque.

  • O filme nunca foi lançado em DVD por aqui, mas você, cinéfilo dedicado, pode encontrar facilmente a versão restaurada em 2004 garimpando pela internet.
Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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