Críticas

“A Grande Luta (Warriors Two)”, de Sammo Hung

A Grande Luta (Zan xian sheng yu zhao qian Hua – 1978)

Após descobrir um complô para eliminar o chefe da aldeia de Fo Shan, Chan Wah encontra-se em fuga de uma quadrilha de bandidos liderado pelo empresário corrupto, Mo (Fung Hark-On). Wah é forçado a se esconder dos bandidos na residência de Leung Jan, médico e mestre do estilo Wing Chun.

Sammo Hung na direção é garantia de ação eletrizante e muito humor, junte à equação o grande e saudoso Fung Hark-On como vilão, com seu estilo punho Louva-a-Deus, não tem como errar, o resultado é simplesmente um dos melhores filmes de artes marciais da década de 70, responsável por fazer o nome de Hung atravessar a fronteira, um dos símbolos da era de ouro do estúdio Golden Harvest.

A forma como a coreografia incorpora o sistema de luta Wing Chun, que prima pela economia de movimentos, com alguma liberdade poética e os toques de fantasia inerentes ao gênero, evidencia a precisão acrobática e a beleza teatralizada dos lutadores, com a câmera posicionada de maneira que permita aos espectadores menos familiarizados uma compreensão didática da técnica marcial.

Os últimos trinta minutos são um espetáculo valioso para os fãs, com os protagonistas colocando em prática o que aprenderam nas sequências de treinamento, mas há uma cena que se destaca, editada em câmera lenta, próximo do desfecho, em que o coreano Casanova Wong, perito em Taekwondo, acerta um chute voador giratório no vilão passando por cima de uma mesa de jantar.

Outro toque inteligente do roteiro, escrito pelo próprio Hung, é demonstrar a importância de se adaptar às adversidades, a necessidade de moldar o estilo no calor do conflito, colocando os personagens enfrentando os oponentes “errados”, embaralhando a estratégia de treino.

Um clássico que merece ser redescoberto por todo cinéfilo dedicado.

Cotação:

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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