Sonic – O Filme (Sonic – 2020)
Sonic (voz de Ben Schwartz), o porco-espinho azul mais famoso do mundo, se junta com os seus amigos para derrotar o terrível Doutor Robotnik (Jim Carrey), um cientista que planeja dominar o mundo.
Quando o primeiro trailer foi lançado, os fãs ficaram muito irritados com o design em computação gráfica do personagem, realmente bastante equivocado e distante do original, então o estúdio, em uma manobra inteligente e rara, adiou a estreia e refez do zero o trabalho. Valeu o esforço? Sim, todos que cresceram se divertindo com os jogos do Sonic no Mega Drive (sem esquecer a simpática versão em 8 bits do Master System) vão se emocionar com esta agradável aventura.
O filme é direcionado ao público infantil, mas o roteiro de Patrick Casey e Josh Miller não agride a inteligência dos adultos. Jim Carrey, pela primeira vez em muitos anos, parece realmente estar se divertindo em cena, resgatando com visível liberdade criativa o frescor cômico de seus primeiros sucessos na década de 90. O diretor estreante em longas, Jeff Fowler, pouco faz para firmar uma assinatura, apoiando-se claramente em clichês do gênero, algo que não é demérito levando em consideração a proposta, envolvendo a trama em uma estrutura genérica, iniciando no clímax de ação que conduz, em flashback, à origem do protagonista.
O casal humano, vivido pela bela Tika Sumpter e James Marsden, elemento fundamental para fazer o público se importar emocionalmente com uma história tão surreal, consegue transmitir considerável carisma. Não é tarefa fácil ser “escada” para uma figura tão exuberante e literalmente acelerada, mas a dupla acerta no tom sóbrio e irônico. Destaco na versão brasileira o trabalho impecável de Manolo Rey, que injeta ainda mais ternura na personalidade do porco-espinho azul.
O caminho mais fácil seria apelar unicamente para a nostalgia, várias produções baseadas em videogames falharam neste processo, mas “Sonic”, apesar de entregar referências sutis dos jogos, teve um universo novo criado especialmente para a nova mídia, remetendo ao contexto familiar da série “Alf – O ETeimoso”. O ponto alto são as sequências em câmera lenta (copiando o estilo de humor nas ações do velocista Mercúrio nos projetos dos “X-Men”), em que vemos o pequeno se divertindo com seus poderes.
Ao final, maior elogio que pode ser feito neste caso, fiquei com vontade de ligar o emulador e voltar à infância, tentando evitar tropeçar em qualquer obstáculo e perder todos os anéis dourados.
Cotação:
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