Alien 3 (1992)
Ellen Ripley (Sigourney Weaver) é a única sobrevivente quando sua nave avariada cai em Fiorina 161, um planeta inóspito habitado por ex-condenados de uma prisão de segurança máxima. Só que um Alien estava a bordo de sua espaçonave…
Recentemente revi a franquia e fiquei surpreso com o saldo final, o original, “Alien – O Oitavo Passageiro”, segue sendo uma aula preciosa de construção de suspense, o quarto, “Alien – A Ressurreição”, conseguiu piorar no teste do tempo, mas ocorreu algo curioso com “Aliens – O Resgate” e “Alien 3”. O épico de ação do diretor James Cameron, apesar de inegavelmente competente, envelheceu mal, enquanto que o apedrejado esforço de David Fincher, sombrio, contemplativo, inesperado, gore, cresceu muito em revisão.
A história de Vincent Ward (que dirigiu “Amor Além da Vida”), roteirizada pelo grande Walter Hill, David Giler e Larry Ferguson (de “A Caçada ao Outubro Vermelho”), arrebenta com a expectativa dos fãs logo nos primeiros minutos, eliminando friamente a personagem da criança, o fio condutor emocional do anterior, deixando Ripley sozinha e abandonada em uma colônia penal de segurança máxima, cercada pela escória criminosa da sociedade. Os vilões não são os xenomorfos idealizados visualmente por H. R. Giger, mas, sim, os engravatados por trás da megacorporação Weyland-Yutani, que planejam utilizar a raça alienígena como arma biológica.
O desafio, após a banalização da ameaça, foi tentar resgatar o clima tenso do primeiro filme, substituir o espetáculo anabolizado de entretenimento explosivo por sua antítese, o terror autoral minimalista. O cenário escuro, sujo, captado quase sempre pela câmera baixa, próxima do solo, realçando o aspecto claustrofóbico do local, facilita a imersão imediata do público, a cabeça raspada da heroína, imagem icônica, salienta a vulnerabilidade da personagem, potencializando a identificação com o espectador. Por outro lado, toque inteligente, Lance Henriksen entrega mais calor humano nos poucos minutos em que vive o que restou do androide Bishop, do que em seus momentos como o líder da corporação.
A interpretação da Sigourney Weaver, neste contexto de pesadelo constante, ganha camadas psicológicas consideráveis, incluindo um improvável interesse romântico fadado à tragédia, preenchendo lacunas que engrandecem dramaticamente os acontecimentos no terceiro ato. Ela perdeu tudo, o senso de desesperança dá o tom do início ao fim, não é uma jornada de redenção, ela maldiz sua milagrosa resiliência, o seu propósito consciente na vida é desfazer o erro de ter sobrevivido outrora à invasão da espaçonave Nostromo.
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