Grand Prix (1966)
O piloto americano Aron (James Garner) é demitido depois de um acidente na corrida de Mônaco, que acabou lesando seu companheiro de equipe, o inglês Stoddard (Brian Bedford). Enquanto ele se recupera, Aron muda de equipe e começa a se envolver com Pat (Jessica Walter), a ex-esposa de Stoddard. Paralelamente o piloto francês Jean-Pierre Sarti (Yves Montand) e o piloto italiano Nino Barlini (Antonio Sabato), ambos da Ferrari, se envolvem com Louise Frederickson (Eva Marie Saint), uma jornalista americana, e Lisa (Françoise Hardy), uma bela jovem.
Os textos sobre a obra sempre enaltecem de forma justa o pioneirismo na técnica de filmagem das corridas de automóveis, mérito da fotografia de Lionel Lindon, inserindo telas divididas (conceito idealizado por Saul Bass), câmera subjetiva, ângulos inusitados (que seriam abraçados desde então pelas transmissões televisivas do esporte), uma pegada realista (sem aquele truque de acelerar os carros na montagem), inclusive no design de som, superando o brilhantismo empolgante de “Amor à Toda Velocidade” (1964) neste quesito.
A revisão recente para este texto não mudou minha impressão inicial, “Grand Prix”, roteirizado por Robert Alan Aurthur, é, acima de tudo, um melodramático e arrastado novelão de 3 horas em majestoso formato Cinerama Super Panavision 70, mas com a assinatura do grande diretor John Frankenheimer, além de uma trilha sonora inspirada do mestre Maurice Jarre, o que garante a alta qualidade na execução.
Há uma eficiente mensagem sobre a necessidade de se correr riscos na vida, consciente das consequências negativas, leitmotiv que encontra no perigo constante inerente à Fórmula 1 a alegoria perfeita, mas a trama rocambolesca romântica não envelheceu tão bem.
A entrega sóbria de James Garner prejudica algumas cenas, enquanto que a presença sempre firme e elegante de Toshiro Mifune, em seu primeiro trabalho no cinema norte-americano, salva outras, mas o falatório serve para injetar algum drama extra nas longas sequências de ação nas pistas, facilitando o investimento emocional daqueles que não são apaixonados por automobilismo.
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