Tenet (2020)
Armado com apenas uma palavra – Tenet – e lutando pela sobrevivência de todo o mundo, o Protagonista (John David Washington) viaja por um mundo crepuscular de espionagem internacional em uma missão que se desdobra em algo além do tempo real.
Christopher Nolan, que outrora previu com exatidão em “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge” (2012) o cenário de barbárie social promovido pelos revolucionários de esquerda (com direito aos clichês de demonizar a força policial e incentivar o vandalismo como argumento justificável), retorna ao cenário cultural corajosamente enfrentando a teatralizada farsa sanitária, sendo o primeiro filme norte-americano a peitar o sistema e lutar por sua exibição nas salas de cinema.
A coragem evidente neste contexto faz coro à mensagem que a obra reforça, um ponto fundamental da trama, que não posso discutir plenamente em uma análise sem spoilers, corrobora a visão crítica de uma sociedade que ateia fogo em seu passado, como forma sub-reptícia de apagar rastros e facilitar a manipulação coletiva, objetivando o controle rígido, a trama se encaminha para a compreensão de que o conservadorismo é precioso, necessário, o ato de alterar eventos prévios é exposto como algo negativo e intensamente perigoso.
Claro que a audácia foi recebida da forma óbvia, o espertamente palindrômico “Tenet” foi apedrejado por boa parte dos desacreditados veículos de imprensa, visivelmente incomodados, que utilizaram em suas manchetes sensacionalistas bobagens patéticas como: “Vale a pena correr risco de vida para prestigiar a obra?”
Quem leu a pérola da ficção científica “O Fim da Eternidade“, do mestre Isaac Asimov, vai amar o engenhoso roteiro de Nolan, que exercita novamente sua facilmente reconhecível assinatura, desta feita inegavelmente autoconsciente das trucagens (nada é em vão, opção que demanda do público atenção redobrada), confundindo o espectador mais do que o usual com conceitos de física quântica, em suma, como o diretor coerentemente defende desde seus primeiros longas, “Following” (1998) e “Amnésia” (2000), preceito louvável em uma indústria que trata arte atualmente como algo tão imediatista e dispensável, um projeto pensado para ser melhor aproveitado em revisões.
Os detratores do estilo do diretor encontrarão os mesmos “problemas”: falta de humor, distância emocional na abordagem dos personagens, trechos excessivamente expositivos, a força da alegoria subjugando uma execução mais fluida/orgânica, mas, provavelmente também se encantarão com as impecáveis sequências de ação envolvendo viagens temporais, verdadeiramente embasbacantes em inventividade, visualmente ambiciosas.
Nolan segue superestimando demais a inteligência do público, estratégia mercadologicamente muito arriscada, mas é uma atitude artística que merece aplausos de pé.
Cotação:
Jurado Nº 2 (Juror #2 - 2024) Pai (Nicholas Hoult) de família serve como jurado…
Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…
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