Rosa e Momo (La vita davanti a sé – 2020)
Uma sobrevivente do Holocausto abre as portas de casa para um garoto de rua complicado. É o começo de uma amizade improvável.
O retorno triunfal da grande Sophia Loren, lenda viva da era de ouro do cinema, dirigida desta feita por seu filho, Edoardo Ponti, é uma nova adaptação do livro “A Vida Pela Frente”, de Romain Gary, eternizado no excelente “Madame Rosa” (1977), dirigido por Moshé Mizrahi e com uma atuação brilhante de Simone Signoret, produção que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
O roteiro, de Ugo Chiti, Fabio Natale e do próprio diretor, mira desavergonhadamente no coração do público, como o anterior, apesar de Ponti demonstrar menos segurança na função que Mizhari, algo perceptível principalmente nas cenas que envolvem apenas o menino senegalês Momo (Ibrahima Gueye), mas o resultado é emocionalmente recompensador, subjugando qualquer problema com a forte presença de cena de Loren, uma entrega honesta, crível, e, em todos os aspectos, tremendamente corajosa. Sem ela, o projeto dificilmente conquistaria o interesse de alguém no catálogo da plataforma.
Alguns pontos poderiam ser melhor executados, ou transmitidos com mais fluidez, organicidade, como a alegoria da leoa (fraca computação gráfica), símbolo de proteção na vida do menino, e a representatividade de segurança que a mulher encontra ao se isolar no subsolo do apartamento (relação direta com sua vivência traumática em Auschwitz, mas estes detalhes não prejudicam a imersão emocional.
A obra acerta na dose de sentimentalismo, apostando no drama natural de dois marginalizados que encontram, na experiência da convivência inusitada, conforto, ternura, cumplicidade e uma improvável redenção. É uma história, em teoria, simples, de estrutura narrativa clássica, profundamente humanista e bastante previsível, que ganha camadas psicológicas mais instigantes à medida em que a mulher insinua no olhar o ponto exato em que seu gesto de acolhimento, inicialmente forçado e remunerado, acaba se tornando elemento fundamental em seu processo de cura existencial.
“Rosa e Momo” é uma pérola linda, calorosa, que serve, mais que tudo, como uma sensível celebração da arte de Sophia Loren.
Cotação:
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Acabei o filme e pensei em vc.Nao leio as críticas quase nunca ,antes .Prefiro a surpresa .Vim então direto aqui pra saber o que vc.havia visto e escrito. PERFEITO! E como atriz o filme tem várias histórias dentro de mim.. Contarei depois. É LINDO! E adorei tudo que escreveu.bjss