Águia de Aço 3 – Ases do Céu (Aces: Iron Eagle III – 1992)
O capitão Chappy Sinclair (Louis Gossett Jr.) se envolve num caso internacional quando a irmã de um piloto falecido recentemente lhe pede ajuda. Eles partem atrás do criminoso Gustav Kleiss (Paul Freeman).
A franquia “Águia de Aço”, prima genérica de “Top Gun”, é pouco lembrada hoje em dia, mas dominava as sessões televisivas brasileiras da década de 90. Os roteiros eram fracos, mas as sequências de ação aérea empolgavam a garotada.
O projeto foi idealizado pelo diretor canadense Sidney J. Furie, mas é válido ressaltar que o único filme realmente bom da série foi aquele que ele não dirigiu, o terceiro, comandado pelo competente inglês John Glen, responsável pelas aventuras mais frenéticas de 007 na década de 80, “Somente Para Seus Olhos”, “Octopussy” e “Marcado Para Morrer”, além de ter dirigido magistralmente a histórica cena da perseguição de trenós de “À Serviço Secreto de sua Majestade”, um mestre na difícil arte de manter o público de queixo caído. Ele, inteligentemente, redireciona o foco para os combates coreografados na terra firme, estabelecendo situações mais intensas do que os conflitos entre aeronaves nos anteriores.
A presença da bela Rachel McLish, campeã de fisiculturismo, dá o tom logo no início, realizando uma acrobacia com tremenda força física para se safar das correntes que a aprisionavam, abraçando generosamente o estilo que dominava o gênero no período, elemento que ajudou a fazer com que a obra sobrevivesse ao árduo teste do tempo. Hoje, com o sistema (por interesse próprio na facilitação do controle social) celebrando a desmasculinização, filmes que trabalhem o valor da coragem são muito bem-vindos.
No anterior, o roteiro abusava da suspensão de descrença do público, propondo uma união amistosa entre norte-americanos e soviéticos durante a Guerra Fria, equívoco sanado neste, que aposta na guerra contra as drogas, com aviadores veteranos (com destaque para o japonês, vivido pelo grande Sonny Chiba) enfrentando um vilão que mantém em seu escritório fotos de Hitler. É bobo, claro, mas inegavelmente divertido, faz a criança interna vibrar a cada investida dos heróis.
Hoje em dia, o protagonista atravessaria metade do filme sofrendo uma crise de consciência, antes de tomar uma decisão, quem sabe, pediria choroso perdão para a sociedade por ser homem, mas o valente capitão Chappy não, ele não pensa duas vezes antes de pular dentro de um avião de combate da Segunda Guerra Mundial e, sorrindo, mandar os terroristas para o inferno. Bons tempos…
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