Críticas

“Sob o Poder da Maldade”, de Michael Reeves, com BORIS KARLOFF

Sob o Poder da Maldade (The Sorcerers – 1967)

O grande hipnotizador Professor Montserrat, desenvolveu uma técnica para controlar as mentes e compartilhar as sensações de suas cobaias. Ele e sua esposa Estelle testam a técnica no jovem Mike Roscoe, mas o experimento foge do controle, quando os desejos mais macabros vem à tona.

O roteiro une a temática do cientista louco, frequente nos clássicos do gênero realizados nas décadas de 30 e 40, ao frescor anárquico que estava sendo trabalhado na safra dos estúdios Hammer, com o elemento adicional do contexto social da swinging London do final dos anos 60, representado pela forma como os personagens jovens são retratados.

A presença de Boris Karloff, em ótimo momento, reforça este resgate, mas é a fantástica Catherine Lacey, vivendo uma senhora que deseja experimentar novas emoções, numa interpretação que lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz no Trieste Science Fiction Film Festival, a responsável pela força dramática do projeto. A história é simples, o que realmente engrandece o resultado é a eficácia na criação da atmosfera inquietante, em que o senso de perigo é uma constante.

O diretor Michael Reeves, um jovem talento que faleceu dois anos depois da estreia, consegue, com baixo orçamento, estabelecer suspense até mesmo em sequências comuns, como na tentativa de um assalto a uma loja de casacos de pele, ou na perseguição de carros que ocorre no terceiro ato. O nível de violência gráfica perturbou os censores, demonstração da coragem do cineasta, dois anos antes da indústria se chocar com o faroeste de Sam Peckinpah.

E vale ressaltar o impacto da cena que fecha o filme, uma das imagens mais emblemáticas do cinema de terror de sua década.

  • O filme pode ser encontrado em DVD e, claro, garimpando na internet.
Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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