Top Gun – Ases Indomáveis (Top Gun – 1986)
Tom Cruise interpreta Maverick, que se esforça para equilibrar sua vida, suas responsabilidades e um caso de amor enquanto compete na escola de pilotos da marinha.
Quando se analisa um filme extremamente popular, você busca entender os motivos que favoreceram a permanência dele na cultura popular após tantos anos, não pode ser explicado apenas por questões técnicas, muitos projetos impecáveis são esquecidos semanas depois da estreia, há algo que transcende, algo incontrolável, incapaz de ser reduzido às fórmulas narrativas e replicado, algo na essência da história, elemento que cativa o público, emociona e impele à revisão.
“Top Gun” é um fenômeno, há o carisma inegável do casal protagonista, Kelly McGillis e Tom Cruise, uma trilha sonora recheada de hits atemporais, excelentes sequências de ação aérea, uma montagem espertamente empolgante, mas a trama é simples, um conto de superação pessoal que já foi explorado diversas vezes no cinema.
Qual é o mistério por trás do fascínio duradouro desta pérola na carreira do diretor Tony Scott?
A resposta se revela no questionamento básico: como meninos na escola, como eu (este era um dos meus filmes favoritos na adolescência), se identificavam com os anseios do personagem? Assim como “Rocky, Um Lutador” não era essencialmente sobre pugilismo, “Top Gun” não é sobre aviação, ela é apenas utilizada como alegoria para tratar de temas facilmente identificáveis em todos aqueles que buscam ser pessoas melhores.
Maverick (Cruise) enfrentava o conformismo de seus superiores, ele desafiava a si mesmo e as regras do sistema, guiado somente por seu instinto, por aquilo em que realmente acreditava.
Esta atitude despertava ódio, inveja, o verniz social que os canalhas utilizam para negar a interna admiração genuína, o que, para os inseguros e infelizes, representa um atestado público de incompetência.
O jovem não desejava se adequar para ser respeitado por seus pares, não baixava a cabeça para qualquer ordem que considerasse equivocada, em suma, ele era o melhor naquilo que fazia e sabia disto. Os outros que se adequassem ao seu estilo, a fila de medíocres na estrada da vida está sempre crescendo, os raros seguros que se destacam pela excelência não devem ser punidos, encabrestados, mas sim, aplaudidos.
O filme provoca muito bem a catarse emocional, os flertes habilmente trabalhados nas cenas, a construção da tensão romântica em momentos como o encontro inesperado no elevador, o adorável acanhamento do rapaz ao reencontrar em ambiente formal a bela mulher que paquerou ao som de You’ve Lost that Lovin’ Feelin’, e, por conseguinte, a paixão imediata da dedicada professora pelo aluno exibido.
O romance é parte fundamental na estrutura da obra, ensinou para a garotada dos anos 80 que era atraente ser corajoso, bravo, ousado, uma realidade que se perdeu nos dias atuais, em que se promove como virtude a covardia, a infantilização patética e a aceitação cega de sinais de comando.
Não permita que este filme seja esquecido, “cancelado”, ridicularizado, preserve em mídia física e apresente aos pequenos, poupe-os do desumano processo de inversão de valores que domina o mundo.
Arrisque-se na zona de perigo, enfrente, seja indomável…
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