Paixões Que Alucinam (Shock Corridor – 1963)
O presunçoso e respeitado jornalista Johnny Barrett (Peter Breck) compromete-se a resolver um crime cometido num hospício. No início, o jornalista sente prazer em simular sua loucura, mas, aos poucos, perde sua lucidez em contatos com os outros internos.
Poucos diretores foram tão corajosos na indústria quanto Samuel Fuller. Ele apertava o dedo nas feridas abertas da sociedade, de forma crua, impiedosa.
Não deixe o título nacional te enganar, a trama, que coloca o jornalista Johnny Barrett (Peter Breck) simulando insanidade para ser internado em um manicômio e investigar o misterioso crime cometido por um paciente dentro da instituição, utiliza a interação do personagem com os suspeitos como forma de criticar manchas históricas norte-americanas, como a Guerra Civil, a paranoia nuclear e o racismo. Vale salientar a fantástica sequência do ilógico temporal dentro da instituição, algo que parece saído da mente de Luis Buñuel.
Com um desfecho marcante, evidenciando no protagonista os resquícios de mais uma mancha histórica, a obsessão pelo frágil sonho americano, representado pelo prêmio Pulitzer que motiva o profissional, o filme permanece como uma joia rara, o tipo de produção corajosa que jamais receberia o sinal verde hoje.
* Você encontra o filme em DVD e, claro, garimpando na internet.
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