Críticas

Dica do DTC – “Porky’s – A Casa do Amor e do Riso”, de Bob Clark

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos. Caso o feedback seja positivo, a frequência pode aumentar já na primeira semana.

***

Porky’s – A Casa do Amor e do Riso (Porky’s – 1982)

As cômicas desventuras de seis estudantes que estão desesperados para encontrar a satisfação romântica no Porky’s, um famoso “pulgueiro”. Quando eles são expulsos de lá e atirados para fora pelo dono do local, eles arquitetam um plano de vingança que é realmente inesquecível.

Como era maravilhoso ser adolescente na década de 80. Quem viveu a época, como eu vivi na infância, sabe a sensação de ligar a televisão de tarde, após uma manhã estafante na escola, e escutar aquela trilha sonora eletrônica característica, que sempre emoldurava altas paqueras em locais paradisíacos como Fort Lauderdale e Miami Beach. Aquelas belas garotas de biquíni e a consequente nudez eventual, que torcíamos para que ocorresse com mais frequência.

Morríamos de rir com as tentativas desastradas dos rapazes, sem nos preocuparmos com a pobreza dos roteiros. Nós estávamos num estágio anterior aos “Emmanuelles” das madrugadas da Rede Bandeirantes, sendo presenteados de vez em quando pelas pornochanchadas nacionais que o SBT exibia nas noites de domingo, como a inesquecível “Clara das Neves” vivida por Adele Fátima. Não tínhamos internet, nem TV a cabo. As comédias adolescentes apimentadas eram verdadeiros eventos quando exibidas nas tardes, forçando-nos a atrasar a entrega dos deveres de casa do dia seguinte. Maldito “politicamente correto”, acabou com a diversão da garotada.

Não importa que o filme de Bob Clark tenha envelhecido mal, ele é o símbolo de todos os elementos no gênero que seriam copiados à exaustão nos anos seguintes. Algumas cenas continuam muito eficientes, como a hilária reação dos jovens, enquanto escutam a conversa entre o diretor da escola e a mulher que busca descobrir quem ousou exibir sua intimidade pelo buraco na parede do banheiro feminino.

O mau gosto, neste caso, é agregador ao resultado. E é interessante que o filme seja ambientado na década de 50, ousadia narrativa que seus imitadores nunca arriscariam emular.

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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