Nasce Um Monstro (It’s Alive – 1974)
Um bebê mutante nasce com um apetite voraz e canibal. Ao fugir do hospital, coloca em pânico uma pequena cidade americana.
A capa do VHS nacional deste filme me causava pavor na infância, cometendo o erro de mostrar o rechonchudo bebê mutante na claridade, destruindo o elemento de mistério que é o grande mérito da obra do diretor Larry Cohen, que foi responsável também por outro clássico da minha infância: “A Coisa”, em que ele também insere o viés da sátira social, além de ter comandado um dos melhores blaxploitation: “Black Caesar”.
Um ano antes do “Tubarão” de Spielberg mostrar ao mundo como o monstro que se esconde é mais aterrorizante, Cohen já fazia uso deste mesmo conceito, trabalhando metaforicamente o tema do aborto, que havia sido legalizado pela Suprema Corte norte-americana no ano anterior, por trás do verniz de Filme B, algo bastante corajoso para a época.
Destaco também a trilha sonora do mestre Bernard Herrmann, injustamente pouco lembrada, em que conseguimos perceber vislumbres do que seria utilizado em “Taxi Driver”. Basta escutar na íntegra (foi lançada pelo selo FSM lá fora), para constatar que ela merece estar ao lado de suas composições mais famosas.
Um exercício de criatividade que apenas o cinema independente de baixo orçamento pode oferecer, o filme venceu o prêmio especial do júri no Avoriaz Fantastic Film Festival, de 1975.
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