Críticas

Dica do DTC – “Rocketeer”, de Joe Johnston

Rocketeer (The Rocketeer – 1991)

EUA, 1938. Revolucionário jato propulsor que permite voar, é roubado e vai parar nas mãos de um jovem piloto (Billy Campbell) que vive de fazer pulverizações em fazendas e shows aéreos. De uma hora para outra, ele se transforma no homem-foguete mascarado cuja identidade todos querem saber. É a chance que ele precisa para conseguir dinheiro e participar do campeonato nacional de aviões. No entanto, o invento representa para ele mais que ser um piloto. Talvez um herói.

Revisitar uma obra como “Rocketeer” nos dias de hoje é uma experiência terapêutica, diversão à moda antiga, sem vassalagem à agenda “progressista”, roteiro com compromisso único de entreter crianças e adultos, capturando competentemente o espírito dos seriados de cinema das décadas de 30 e 40, como “O Homem Foguete”, respeitando fielmente o material original, a revista em quadrinhos criada por Dave Stevens, que celebrava este período mágico de escapismo, meu primeiro contato com o personagem na infância, na Graphic Novel de luxo, formato americano, lançada em 1989 pela Editora Abril.

O jogo homônimo para Super Nintendo pode ter me traumatizado na época, já que era impossível passar daquela primeira fase pilotando o avião em círculos, algo extremamente frustrante, levando em consideração o valor da locação, mas a minha experiência com o filme foi muito agradável. Eu lembro de ter gostado bastante da trilha sonora de James Horner, fiquei encantado com a beleza hipnotizante da Jennifer Connelly, aguardei ansiosamente a primeira exibição na “Tela Quente” da Globo, em 1994, claro, gravei em VHS, como sempre, tomando o cuidado de retirar todos os intervalos comerciais.

O primeiro ato não se apressa em estabelecer o contexto da trama, algo que pode incomodar a garotada moderna, acostumada a ter sua inteligência subestimada, a imersão é garantida pela impecável reconstrução de época, cenários, figurinos, e, apesar do protagonista, Billy Campbell, não ser um grande ator, nem exalar carisma imediato, ele transmite bem um dos elementos fundamentais do personagem, o seu jeito atrapalhado, profundamente humano.

O simbolismo de voar com um foguete nas costas é claro, a vulnerabilidade, as cenas de ação se desenvolvem sempre como um desafio, enquanto ele enfrenta os inimigos, ele precisa aprender a controlar seus próprios movimentos básicos. E, quase sempre, a missão é cumprida por pura sorte, aos trancos e barrancos, algo que injeta ácida ironia, já que o vilão, vivido por Timothy Dalton, é um espião nazista, alguém que se considera incrivelmente esperto e que não aceita erros.

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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