Conrack – Um Educador por Excelência (Conrack – 1974)
Na década de 1960, Pat Conroy (Jon Voight) vai lecionar em uma escola pobre para negros na Carolina do Sul. Ao chegar lá, descobre que os alunos são negligenciados pela instituição e, ao tentar mudar a situação, entra em conflito com a direção da escola.
O roteiro celebra a vida do saudoso autor Pat Conroy, adapta seu livro autobiográfico “The Water is Wide”, nunca publicado no Brasil (consegui ler apenas em PDF, no original), em que se foca na fase em que foi educador na Ilha Daufuskie (chamada de Yamacraw na obra).
O sempre competente diretor Martin Ritt fez questão de que estudantes reais do homenageado participassem das filmagens, misturados aos atores e atrizes na modesta sala de aula. O curioso é que, como o próprio Voight afirmou em entrevista décadas depois, alguns acabaram, na vida real, trabalhando como professores, contaram para ele que foram inspirados pela experiência no filme.
O leitmotiv do roteiro reforça a necessidade da paixão vocacionada para a realização plena da função, algo que pode ir contra o sistema, até prejudicar o profissional, já que o indivíduo não aceita fazer concessões em seu ofício, motivado a formar pessoas livres, sem vitimismo, jamais escravizá-las em ideologias. O legado de quem age assim é inestimável.
Ele mostra coisas simples como escovar os dentes, explica sobre os planetas e as capitais, mas também ensina o belo tocando na vitrola a Quinta Sinfonia de Beethoven, aquelas crianças nunca tinham ouvido falar no compositor, ele introduz os alunos no rico universo cultural das potencialidades humanas, ao invés de martelar em suas mentes vulneráveis que eles, por questões raciais, sociais ou financeiras, não são capazes de compreender o refinamento da arte, ou maldosamente fazê-los crer que qualquer barulho é música, Conrack não subestima a inteligência emocional deles, pois sabe que a única pobreza que limita alguém na vida é a de espírito.
Um tesouro que estranhamente foi esquecido nas prateleiras empoeiradas do tempo, nunca é exibido ou comentado, mas considero o melhor trabalho do ator Jon Voight.
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Quando eu vi este filme pela primeira vez eu era adolescente e vi na globo. Mas já faz alguns anos. Nunca mais passou. Belíssimo e John Voith está perfeito.
Um dos melhores filmes (história real) sobre educação já feitos, e completamente atual.
É, realmente, o melhor trabalho de John Voight.
Assisti no cinema e como professora fiquei encantada com o trabalho que ele fez. Gostaria de rever.