Ardida Como Pimenta (Calamity Jane – 1953)
A caçadora Calamity Jane (Doris Day) se apaixona por Wild Bill Hickok (Howard Keel) e tenta se comportar como uma dama.
O meu primeiro contato com este filme foi na infância, minha mãe sempre comentava sobre ele, e, como eu sempre adorei musicais, não pensei duas vezes, gravei em VHS assim que passou na TV. Eu lembro que não foi paixão à primeira vista, gostei muito da cena emoldurada pela canção “Secret Love”, já escutava ela em LP, mas algo no ritmo da obra atrapalhou minha imersão. Anos depois, revendo, a experiência foi melhor, hoje, tenho em DVD na coleção.
O roteiro de James O’Hanlon (de “As Garçonetes de Harvey”) é livremente inspirado na história real da heroína do Velho Oeste, Marta “Calamity” Jane, com trilha sonora composta por Sammy Fain e Paul Francis Webster, produzido como resposta ao sucesso nas bilheterias de “Bonita e Valente” (1950), protagonizado por Betty Hutton.
Nos bastidores, o fundador do estúdio, Jack Warner, lutou para conseguir os direitos do musical da Broadway, enxergou nele o veículo perfeito para sua jovem estrela, Doris Day, que estava sendo subaproveitada em produções narrativamente frágeis, mas a MGM foi mais rápida no gatilho e lucrou alto com sua versão romantizada da atiradora Annie Oakley, logo, os executivos buscaram uma alternativa tematicamente similar, apostando na figura de Calamity Jane, que já havia sido retratada no cinema algumas vezes, como em “O Valente Treme-Treme”.
É fácil entender como esta pérola em glorioso Technicolor cativou os corações das adolescentes de sua época, o cinema, principalmente no gênero faroeste, carecia de personagens femininas fortes, e, ao contrário do que a indústria faz hoje, não era necessário retrabalhar e descaracterizar franquias retirando de forma bastante artificial, quase sempre patética, o protagonismo masculino, os executivos criavam material novo de qualidade, que, como prova o fascínio desta obra até hoje, resiste facilmente ao teste do tempo.
A beleza da trama é mostrar com tremenda sensibilidade o desabrochar da protagonista durona, indisciplinada, que, por amor, acaba aprendendo a valorizar o doce aroma da feminilidade, entendendo que não precisa negar a meiguice para se manter corajosa, equilibrando todas as características que formam sua irresistível personalidade.
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Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…
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