Schock (1977)
Ao voltar a morar em sua antiga casa, Dora passa a ser assombrada pelo fantasma do ex-marido. E seu filho pequeno age de modo estranho.
O roteiro de Lamberto Bava, que também ajudou bastante na direção, parece buscar inspiração nos livros de Stephen King, uma referência que é perceptível na forma como o personagem do menino é desenvolvido. É impressionante como o genial diretor Mario Bava, mesmo em seu último trabalho, consegue demonstrar vitalidade e um desejo por trazer algo novo para o seu público.
A opção pelos efeitos práticos, muito devido ao baixo orçamento, consegue ser mais eficiente do que qualquer computador moderno, o que me leva a crer que este talvez seja o filme mais assustador em sua filmografia. Sem estragar a experiência dos que ainda irão conhecer a obra, eu posso salientar aqui um truque brilhante, que ocorre numa cena em que vemos o filho pequeno correr até os braços da mãe, já no terceiro ato. É um dos meus momentos favoritos no gênero.
Toda a subtrama que envolve a espécie de possessão espiritual merece pontos pela coragem, inserindo cenas verdadeiramente perturbadoras entre o menino e a mãe, vivida pela musa de Dario Argento: Daria Nicolodi, tipo de coisa que a insegura indústria de cinema moderna jamais cogitaria realizar.
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