O Diário de Anne Frank (The Diary of Anne Frank – 1959)
Na Holanda ocupada pelos alemães na Segunda Guerra Mundial, o comerciante Kraler abriga duas famílias de judeus em seu sótão. A jovem Anne Frank (Millie Perkins) mantém um diário da vida cotidiana dos Franks e dos Van Daans, narrando a ameaça bem como a dinâmica familiar. Anne vive no sótão secreto de um estabelecimento comercial, juntamente com seus pais, Otto (Joseph Schildkraut) e Edith (Gusti Huber), e sua irmã Margot (Diane Baker). Além deles, vive no local uma outra família judia, composta por Hans Van Daan (Lou Jacobi), Petronella Van Daan (Shelley Winters), Peter Van Daan (Richard Beymer) e Albert Dussell (Ed Wynn), um idoso dentista.
A história de Anne Frank jamais deve ser esquecida, basta uma olhada nos comentários sobre o livro nas livrarias virtuais para constatar que a atual geração está preparada para ser abatida como ovelha no novo crime contra a humanidade, jovens e adultos alfabetizados, claramente com QI de menos de 30 pontos, reclamando que o desfecho do livro é “pouco empolgante”, gente que simplesmente não sabe que é um relato real.
Eu creio ser fundamental lembrar que, naquela época, tudo começou quando os alemães defenderam a necessidade de um passaporte sanitário, pois afirmavam que os judeus transmitiam doenças.
O povo histérico, alimentado pelo terrorismo psicológico da grotesca propaganda diária, começou a hostilizar os judeus, vistos como cidadãos de segunda classe, impossibilitados de viver normalmente em sociedade, que inicialmente eram cuspidos, xingados, empurrados e chutados nas ruas, tratados como ratos infectados, e, depois de um tempo, caçados em suas casas e levados para os campos de concentração, local em que eram exterminados brutalmente.
As pessoas de bom caráter, inteligentes, conscientes de que a narrativa da segregação sanitária era uma farsa monstruosa, protegiam os judeus, escondiam famílias inteiras em suas casas, enquanto uma massa de cretinos cruéis e que alimentavam o mal com obediência cega denunciavam os vizinhos.
Anne Frank, nunca podemos esquecer, foi denunciada e eliminada por cidadãos que estavam cumprindo a lei do momento, a narrativa que era abraçada pela imprensa. A liberdade está no eterno fio da navalha e cada geração sempre é salva por um punhado de rebeldes que ousam desobedecer ordens ilógicas, incoerentes e essencialmente desumanas.
O roteiro de Frances Goodrich e Albert Hackett, adaptando a peça da Broadway que o casal escreveu, capta com extrema sensibilidade a mensagem transmitida pelas palavras da jovem Anne, a direção firme do sempre competente George Stevens potencializa o drama humano, a sensação de impotência, a crescente claustrofobia e o desejo de viver com plenitude as experiências que, infelizmente, nunca se concretizariam.
Millie Perkins transborda doçura, o seu rosto encanta pela pureza de sentimentos que exibe em seus olhos, facilitando a imediata imersão emocional do público que acompanha sua terrível jornada.
O filme já evidencia seu leitmotiv nos créditos de abertura, com pássaros voando livremente no céu, conduzindo, em flashback emoldurado pela leitura do diário, ao estágio das primeiras restrições sociais aos judeus, que obrigaram a família Frank ao refúgio no sótão de um comerciante.
A objetividade é a tônica na narrativa, não há interesse em extrair lágrimas com recursos artificiais, não há necessidade, elas brotam naturalmente, gradativamente, como quando vemos a menina segurando sua estrela amarela, tentando, com sua pouca vivência, entender o motivo de sua família honesta e trabalhadora estar sendo segregada.
“O Diário de Anne Frank” é uma obra obrigatória, uma página da História que deve ser sempre estudada.
Trilha sonora composta por Alfred Newman:
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