No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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Quem Mal Anda, Mal Acaba (You Can’t Cheat an Honest Man – 1939)
Larson E. Whipsnade é dono de um circo decadente de perpétuas dívidas. Os seus empregados só dão problemas, especialmente Edgar Bergen e seu fantoche Charlie McCarthy. Enquanto isto, a filha de Whipsnade, Vicky, dispensa a proposta de casamento de seu rico namorado Roger Bel-Goodie, mas muda de ideia quando fica sabendo dos problemas financeiros de seu pai.
W.C. Fields (William Claude Dukenfield) é um medalhão da era de ouro do cinema norte-americano, uma lenda do humor que, infelizmente, foi esquecida, injustiça que pretendo desfazer com este resgate.
Eu recomendo para os interessados pérolas como “Negócio da China” (It’s a Gift – 1934), “Never Give a Sucker an Even Break” (1941), “O Guarda” (The Bank Dick – 1940), “You’re Telling Me!” (1934), “No Tempo do Onça” (The Old-Fashioned Way – 1934), e, principalmente, “Quem Mal Anda, Mal Acaba“, que considero um ótimo ponto de partida, escrito pelo próprio ator (utilizando o pseudônimo Charles Bogle), um dos momentos mais engraçados na carreira deste pioneiro da comédia burlesca no cinema, originário dos palcos vaudeville, que era adorado pelo público por seu ferino mau humor, estilo que dominava com maestria.
A estrutura narrativa é episódica, uma sequência de situações hilárias envolvendo um dono de circo que quase sempre precisa tomar desajeitadamente o lugar de seus empregados, mas, vale salientar, a trama não perde tempo mostrando os artistas em ação, recurso que se mostra entediante em vários projetos tematicamente similares, o cenário é apenas um pretexto para mostrar W.C. Fields zombando de tudo e todos, incluindo o simplório público pagante, até mesmo na bilheteria.
Algumas cenas de pura picaretagem se destacam, como quando vemos ele vendendo um espetáculo, protagonizado por pessoas de estatura normal, com as chamadas: “o menor gigante do mundo” e “o anão mais alto do mundo”, enfatizando que nem a ciência consegue explicar estes fenômenos. Sensacional!
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