No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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Um Amor em Cada Vida (Love Letters – 1945)
Durante a Segunda Guerra Mundial, soldado (Joseph Cotten) que luta na Itália concorda em escrever cartas de amor para a jovem Victoria (Jennifer Jones), em nome do colega de armas que não possui talento literário. Quando retorna para casa, ele descobre que os dois haviam se casado, mas que ele estava morto, apunhalado pelas costas. O assassino pode ter sido tanto Victoria, que agora sofre de amnésia, quanto sua madrasta, que se encontra internada em um asilo, com paralisia decorrente de um derrame cerebral.
Produção luxuosa de David O. Selznick com roteiro instigante da brilhante Ayn Rand (diálogos de aplaudir de pé abordando com profundidade as relações humanas), esta pérola segue injustamente acumulando poeira nas prateleiras do tempo.
Um melodrama psicológico muito competente com toques de “Cyrano de Bergerac”, fascinante, que conta com uma atuação hipnotizante da bela Jennifer Jones, além de uma trilha sonora maravilhosa, composta por Victor Young, tema (“Love Letters”) que depois recebeu letra de Edward Heyman e foi gravada por vários medalhões, como Elvis Presley e Nat King Cole.
Jennifer e Joseph atuariam juntos três anos depois, dirigidos pelo mesmo Dieterle, no clássico “O Retrato de Jennie”, que costuma ser mais lembrado, mas, após revisões, considero “Um Amor em Cada Vida” mais intelectualmente recompensador, mérito do texto da Rand, além da química dos dois na tela estar mais forte neste primeiro trabalho juntos.
Trilha sonora composta por Victor Young:
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