Críticas

“Epopeia do Jazz”, de Henry King, com TYRONE POWER

Epopeia do Jazz (Alexander’s Ragtime Band – 1938)

Alexander (Tyrone Power) escandaliza a sociedade ao montar uma orquestra de Ragtime, estilo musical popular demais para se levar a sério.

Para fãs de Irving Berlin, este musical dirigido por Henry King é essencial. A ideia original era ser uma cinebiografia do compositor, mas ele preferiu contar uma história ficcional.

O roteiro, de forma original, traça um panorama histórico do jazz, desde a rebeldia do Ragtime até a aceitação do Swing como uma forma de arte, no final da década de 30, utilizando como pano de fundo a trajetória de um jovem (interpretado por Tyrone Power) que desafia a sociedade em que vive, perseguindo a expressão mais popular da música.

Entre uma canção e outra (ao todo são vinte e oito, incluindo as excelentes: “Blue Skies”, “Heat Wave” e “Alexander’s Ragtime Band”), somos apresentados a um triângulo amoroso.

Stella (Alice Faye) desperta a paixão do compositor vivido por Don Ameche, causando idas e voltas típicas dos romances da época, em que são incluídas passagens marcantes da história do jazz, como sua participação na Primeira Guerra Mundial e a importante apresentação de Benny Goodman e sua orquestra, no Carnegie Hall, em 1938. Quem brilha mesmo é Ethel Merman, que aparece apenas no segundo ato, mas que encanta com sua linda voz.

Um tipo diferente de musical em sua época, que revitalizou o gênero com um fio condutor essencialmente sério, algo que contrastava com o glacê que abundava das produções de Astaire/Rogers, a leveza das comédias musicais dos Irmãos Marx ou a escala grandiosa dos projetos de Busby Berkeley.

As várias sequências musicais não interrompem sempre a trama, como era usual, sendo inseridas na ação narrativa, fazendo com que o ritmo nunca seja prejudicado.

  • Você encontra o filme em DVD e, claro, garimpando na internet.
Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

View Comments

Recent Posts

Crítica de “O Brutalista”, de Brady Corbet

O Brutalista (The Brutalist - 2024) Arquiteto (Adrien Brody) visionário foge da Europa pós-Segunda Guerra…

22 horas ago

Dica do DTC – “Nazareno Cruz e o Lobo”, de Leonardo Favio

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não…

3 dias ago

Os MELHORES episódios da fascinante série “BABYLON 5”

Babylon 5 (1993-1998) Em meados do século 23, a estação espacial Babylon 5 da Aliança…

4 dias ago

Os 7 MELHORES filmes na carreira do diretor britânico JOHN SCHLESINGER

O conjunto de obra do saudoso diretor britânico John Schlesinger é impressionante, mas selecionei 7…

5 dias ago

PÉROLAS que ACABAM de entrar na NETFLIX

Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…

1 semana ago

Crítica de “A Garota da Agulha”, de Magnus von Horn, na MUBI

A Garota da Agulha (Pigen Med Nålen - 2024) Uma jovem (Vic Carmen Sonne) grávida…

1 semana ago