No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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Táxi – Velocidade nas Ruas (Taxi – 1998)
Marselha, França. Um entregador de pizza, Daniel (Samy Naveri), deixa seu trabalho e começa a dirigir um táxi que foi especialmente projetado para ter a potência de um F1. Quando Daniel exibe o desempenho do seu carro para Émilien (Frédéric Diefenthal), não imagina que ele é um policial. Émilien concorda em fazer vista grossa se Daniel ajudá-lo a capturar uma quadrilha notória de ladrões alemães de bancos, o que melhoraria sua imagem na corporação policial.
A direção de Gérard Pirès, trabalhando o conceito idealizado por Luc Besson, cativa o espectador pela despretensão logo nos primeiros minutos, sem qualquer insinuação de sentimentalismo, a proposta é fazer o público se divertir.
Há gracejos direcionados à Tarantino (a escolha musical por iniciar com a grega “Misirlou”, na versão de Dick Dale), Scorsese e a franquia 007, mas o trunfo é não se levar a sério, focando em sequências cada vez mais espetaculares de ação pelas ruas de Marselha, com aquele desapego pela integridade dos automóveis que remete aos esforços do saudoso Hal Needham, de “Agarra-me se Puderes” e “Quem Não Corre, Voa”.
O incrível sucesso popular, levando em conta o baixíssimo orçamento, rendeu mais quatro continuações e uma (fraquíssima) refilmagem norte-americana. O grande astro é a fotografia de Jean-Pierre Sauvaire, que, com sua abordagem clara nas perseguições de automóveis, honrando clássicos como “Bullitt” e “Operação França”, empolga mais do que a usual ilusão proporcionada em filmes mais preguiçosos por cortes rápidos na montagem.
Vale destacar também a presença da belíssima Marion Cotillard, anos antes de se tornar musa mundial dos cinéfilos.
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