Críticas

Dica do DTC – “Frankenstein Criou a Mulher”, de Terence Fisher

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

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Frankenstein Criou a Mulher (Frankenstein Created Woman – 1967)

O título sensacionalista pode afastar aqueles que acreditam se tratar de mais uma reutilização do tema clássico criado por Mary Shelley, mas o roteiro é bastante original, ainda mais se compararmos com o padrão das obras do estúdio.

Tratado como um filme independente do cânone, ele foge da previsibilidade estrutural das sequências de “O Vampiro da Noite” (especialmente) e do próprio “A Maldição de Frankenstein”. Existe forte influência do francês “Os Olhos Sem Rosto” (de Georges Franju, 1960), aliado a uma aura de um perturbador conto de fadas.

A realidade hipotética que trabalha, conjecturando o que teria acontecido ao ambicioso doutor, vivido novamente por Peter Cushing, após sua primeira criação, dá vazão a uma criatividade maior nos diálogos. O conceito da vingança é muito bem estabelecido, mérito da boa atuação de Susan Demberg (a trágica Christina), que convence nas duas versões de sua personagem.

A ideia de que o objetivo da experiência está na preservação da alma, ao invés do desejo pela reconstrução da carne, provoca discussões posteriores (a violência como algo triste, não como uma catarse redentora), o que é raro nos filmes do estúdio, que normalmente visam apenas diversão descompromissada.

  • Você encontra o filme em DVD e, claro, garimpando na internet.
Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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