No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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Fibra de Valente (Walking Tall – 1973)
Buford “The Bull” Pusser (Joe Don Baker), é um lutador cuja esposa (Elizabeth Hartman) deseja que ele tenha uma vida mais calma. Assim, ele e sua família retornam para sua cidade natal no Tennessee, onde planeja trabalhar com seu pai na serraria. Porém, logo ao chegar, Buford fica chocado com o que descobre, a cidade vive mergulhada em todo tipo de atividades ilegais e corrupção. E, quando ele se torna uma vitima destes crimes, resolve contra-atacar e parte para cima do xerife Al Thurman (Gene Evans) que é manipulado por uma gangue de criminosos.
O filme inicia afirmando que sua trama é baseada na história real de Buford Pusser, “uma lenda viva”, declaração forte, e, ao final da sessão, duvido que alguém negue esta afirmação.
O homem era um ponto fora da curva, faleceu em 1974, de forma altamente suspeita, provavelmente silenciado pelos canalhas que enfrentou como xerife no Tennessee, mas recebeu em vida esta bela homenagem cinematográfica, interpretado com dignidade por Joe Don Baker. O sucesso rendeu duas sequências, protagonizadas por Bo Svenson, mas são bastante inferiores, assim como a refilmagem lançada em 2004.
Quando Buford retorna ao seu lar e descobre que a cidade se tornou um antro criminoso, com o medo dominando as famílias, ele decide tomar uma atitude enérgica, e, mesmo após sofrer na pele (literalmente), tendo seu peito cortado por leões de chácara de um bar, susto que objetivava acalmar seus anseios altruístas, adestrar aquele elemento estranho ao padrão submisso do local, ele rastejou na estrada na noite chuvosa em que foi abandonado para sangrar até morrer, lutou pela vida e seguiu firme sua missão.
No julgamento após o seu revide, ele se defende sem advogado, como um homem que caminha ereto, grita, expõe a verdade, provando sua inocência. Ao se tornar xerife, ele mantém sua essência intacta, algo que o sistema não permitiria tranquilamente, conduzindo a trama ao violento e previsível desfecho.
“Fibra de Valente” é uma pérola obrigatória que merece ser resgatada das prateleiras empoeiradas do tempo.
Trilha sonora composta por Walter Scharf:
Música-tema, composta por Walter Scharf e Don Black, gravada por Johnny Mathis:
Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…
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