Samaritano (Samaritan – 2022)
Sam Cleary (Javon ‘Wanna’ Walton), de 13 anos, suspeita que seu misterioso vizinho, o Sr. Smith (Sylvester Stallone), seja na verdade uma lenda escondida à vista de todos. Décadas atrás, o Samaritano, vigilante de Granite City, foi dado como morto após uma batalha contra seu rival, Nemesis. A maioria acredita que ele morreu no incêndio, mas alguns, como Sam, têm esperança de que ele ainda esteja vivo. Com o crime agora em ascensão, Sam assume como missão persuadir o Samaritano a sair da reclusão para salvar a cidade da ruína.
Se você prima pela lucidez e acompanha a crítica de cinema em veículos brasileiros e norte-americanos, já captou o esquema dominante hoje, claramente financiado, nada orgânico, de destruir qualquer projeto protagonizado pelo heroísmo masculino, principalmente quando não se ajoelha para as causas da agenda “progressista”, e, claro, aplaudir qualquer roteiro, por mais fraco que seja, caso haja protagonismo feminino, principalmente quando dá espaço à humilhação do sexo oposto. É o velho conceito de “dividir para conquistar”, afinal, o sistema depende de um coletivo infantilizado, confuso e irritado, não é tão fácil manipular um povo psicologicamente maduro.
A reação intensamente negativa, até agressiva, ao novo trabalho de Sylvester Stallone, alvo constante desta patota, comprova a desonestidade intelectual que rege este “reiniciado mundo”. Os donos, conscientes de que nem todos se submetem, aliás, muitos nomes respeitados na área pularam fora de suas empresas quando captaram o rumo terrível das coisas, escalam para a função uma garotada sem estofo intelectual e cultural, preocupada apenas em repetir os chavões de seus titereiros, basta perceber como a comunicação destes veículos da área da cultura nas redes sociais se tornou rapidamente padronizada, tosca, apressada, excessivamente afetada, sem o cuidado básico com a gramática.
A análise cinematográfica séria, como outrora executada por nomes como Truffaut e Bazin, não serve ao propósito dos patrocinadores, pouco importa na atual conjuntura, eles sabem que restou apenas um punhado de dedicados apaixonados pela arte, obviamente desencantados, exatamente o grupo que precisa ser resgatado, em suma, os adultos precisam retomar logo o controle, antes que a arte da crítica cinematográfica, já descredibilizada, seja totalmente consumida pelo fogo revolucionário dos vândalos.
Os nomes por trás da obra não animavam muito, o roteirista, Bragi F. Schut, responsável por bombas como “Caça às Bruxas” (2011), o diretor, Julius Avery, responsável pelo fraco “Operação Overlord” (2018), mas o argumento era promissor, adaptando uma obscura revista em quadrinhos, lançada em 2014 pela Mythos Comics, criada pelo próprio Schut, assinada também por Marc Olivent e Renzo Podesta, que, por si só, bebe muito na fonte do ótimo “Corpo Fechado” (2000), de M. Night Shyamalan.
A trama utiliza as convenções do subgênero dos super-heróis, atualmente aniquilado pela agenda “progressista”, como ferramenta para transmitir uma mensagem ética e moral à maravilhosa moda antiga, elemento que é revelado no terceiro ato, vale ressaltar, uma reviravolta inteligente, que obviamente não abordarei neste texto para não prejudicar a experiência. É excelente a forma como o roteiro insere gradativamente os malefícios da mentalidade vitimista na turba que facilmente se une ao vilão, Cyrus (Pilou Asbæk), um sociopata que busca inspiração no legado de Nemesis.
O resultado, apesar de problemático em alguns pontos, como na utilização da computação gráfica, ganha pontos pela entrega carismática de Stallone, há um coração pulsante no tratamento dado à relação que se estabelece entre Smith e o menino de origem pobre, além de uma honestidade artística louvável.
Ao contrário dos projetos anteriores já citados dos realizadores, “Samaritano” não tenta ser mais do que é, a história é simples, objetiva, diverte, emociona e não ofende a capacidade cognitiva do público, mérito cada vez mais raro na indústria.
Cotação:
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