Artigo

Reflexão lúcida a partir da análise do cinema mundial atual

O mundo foi reiniciado recentemente, o novo “manual de regras” está sendo imposto nos mais diferentes setores.

O financiamento “mágico” (leia-se, não depende diretamente do apreço do público consumidor) se faz presente de forma inegável no campo de batalha cultural, possibilitando projetos que, aos olhos dos adultos lúcidos, aqueles que não se infantilizaram, não passam de equívocos absurdos, mas que, aos olhos da garotada que foi apresentada ao mundo nos últimos 2 anos, adestrada cedo ao medo ilógico, submissão, a normalização da perda da liberdade básica e à valorização da covardia, contexto comportamental radicalmente oposto àquele que formou a minha geração, a dos meus pais e avós, será infelizmente abraçada como aceitável, em suma, os filhos do amanhã já nascerão adaptados ao “novo normal”, claro, este é o plano, caso nada seja feito no sentido de reverter os estragos.

Eu poderia citar vários exemplos, aqueles que acompanham as notícias na área sabem, a moda agora é estimular o conflito entre os apaixonados por cultura pop, os nerds, algo claramente perceptível nas postagens dos veículos culturais nas redes.

A expressão “nerdola” está sendo utilizada para constranger qualquer indivíduo que se mostre publicamente incomodado com decisões criativas que favoreçam a financiada agenda de engenharia social, como, por exemplo, a mudança de etnia ou gênero em personagens fictícios consagrados, ou, outro ponto corriqueiro atualmente, a humilhação de protagonistas masculinos, desconstruídos até que se tornem caricaturas patéticas.

Não é um fenômeno de natureza orgânica, natural, o caminho lógico, respeitoso e correto em uma indústria verdadeiramente interessada em inclusão e representatividade seria criar novas e melhores oportunidades artísticas.

Uma analogia simples é o que fazem com o mundo do esporte, ao invés de abrir categorias novas, inserem atletas geneticamente masculinos em competições femininas, algo surreal, material que caberia nas esquetes cômicas do grupo inglês Monty Python. É um deboche daqueles que se consideram deuses. O real objetivo é ofender, irritar, incitar a revolta, o clássico “dividir para (manipular e) conquistar”.

Até 2020, eu escrevia críticas sobre vários lançamentos semanais, mas percebo que, cada vez mais, o meu coração me conduz aos filmes antigos, até os roteiros ruins da década de 90, por exemplo, conseguem ter mais personalidade do que as obras atuais incensadas pela variação do “consórcio de notícias” da área cultural.

Eu respiro cinema desde criança, quem acompanha meu trabalho desde 2008 sabe da minha devoção, afirmo como crítico profissional, como cineasta independente, como produtor, roteirista, ator e como dedicado cinéfilo, raramente sinto prazer hoje ao final de uma sessão, raramente sinto vontade de escrever sobre o que acompanhei naquele par de horas, a situação está lastimável, não é coincidência que vários mestres veteranos desta indústria estejam se afastando, a sétima arte está correndo na direção de se tornar algo profundamente irrelevante, um pensamento que me deixa muito triste.

Os titereiros do caos sabem que financiar estes absurdos vai causar conflito. A intenção fica ainda mais óbvia quando se analisa a baixa qualidade dos roteiros em filmes e séries, trabalho de amadores, o foco está todo nas modificações estéticas, os executivos estão apenas cumprindo uma meta, não há coração nestes projetos, não há alma, não há honestidade intelectual, e, claro, o público lúcido capta o viés equivocado e responde negativamente.

O esquema é ágil, até porque seus fantoches estão conscientes da bobagem que estão cometendo, logo, ao primeiro sinal de rejeição, soltam notas atacando o público, defendendo que não gostaram porque são membros da “Cuscuz Clã”. A maldade está tão padronizada que até os mais ingênuos já conseguem antecipar cada passo que será tomado. E, creia-me, este é o caminho que o mal deseja para o futuro, este é o plano neste novo (reiniciado) mundo orwelliano, em breve, até o pensamento rebelde será considerado crime inafiançável.

Parafraseando o próprio George Orwell em sua mensagem final: “Não deixe que aconteça, depende de você…”

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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  • Olá!Boa Tarde!
    Sou FÃ dos seus artigos e,uma Apaixonada por Cinema-7ª Arte há já 59 Anos!Filmes Excelentes,Atores e Atrizes Fabulosos,só não aprecio Guerra,no entanto fiquei rendida ao ver
    "O Pianista"!Em tempos vi um filme num dos canais televisivos que se chamava "Um Estranho Dentro de Mim"-Stranger Within"com Sarah Butler-Estella Warren-William Baldwin e Katia Winter-Ano 2013.Por incrível que pareça o filme mexeu muito comigo porque não o entendi! Se me der uma dica talvez consiga perceber,caso tenha conhecimento deste filme senão,é para ESQUECER!
    Obrigada pela atenção e as minhas desculpas pelo incómodo!
    Um Abraço!

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