No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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Bisturi, a Máfia Branca (Bisturi, la Mafia Bianca – 1973)
O filme denuncia os “barões” da medicina nas clínicas particulares de luxo, onde cirurgiões diretores de hospital inventam operações desnecessárias para arrancar milhões de seus pacientes ricos, enquanto os menos afortunados tornam-se cobaias e vítimas da incompetência e do descuido.
O saudoso diretor italiano Luigi Zampa havia entregado anos antes “O Médico do Instituto”, obra protagonizada por Alberto Sordi que, pelo diapasão cômico, criticava abertamente o corrupto sistema de saúde, um tema obviamente importante para o realizador, já que ele retornou à ele em “Bisturi, a Máfia Branca”, desta feita, com maior contundência, utilizando os códigos do suspense, alicerçado pelos talentos de Gabriele Ferzetti, Enrico Maria Salerno e Senta Berger.
O filme foi proibido no Brasil em seu lançamento, ele ficou apenas uma semana em cartaz e foi retirado por obstrução da justiça a pedido do conselho médico na época. A verdade foi silenciada outrora, mas todos que se mantiveram lúcidos nos últimos 3 anos estão tendo a oportunidade de constatar que os absurdos mostrados no roteiro são traquinagem de criança perto da monstruosidade que esta máfia está abraçando de forma organizada e em escala mundial.
A trama é objetiva e verdadeiramente expõe as engrenagens por trás do teatro, personagens discutem sem rodeios o que eles enxergam como um erro estrutural na profissão, a inocência daqueles que entram na área com real preocupação pelos pacientes, sem priorizar a ambição financeira, o puro desejo por poder.
A mensagem que finaliza a obra soa mais como uma esperança sincera, uma convocação para que os corajosos na classe enfrentem seus superiores e honrem o juramento, que não permitam que pessoas inocentes sejam enganadas, envenenadas, em suma, que as vidas de crianças e adultos sejam destruídas, física e psicologicamente, em nome de qualquer agenda. “Para cada médico que comete erros, existem inúmeros profissionais que, em todas as partes do mundo, cumprem sua difícil missão com sacrifício silencioso constante, com o único propósito de aliviar o sofrimento da humanidade.”
Um tesouro do cinema italiano que precisa ser redescoberto.
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