Drácula (Dracula – 1979)
Uma escuna naufraga na costa da Inglaterra em 1913, e o único sobrevivente é o Conde Drácula (Frank Langella). Charmoso e educado, ele faz amigos e procura uma noiva, mas Van Helsing (Laurence Olivier) não dá tréguas e continua sua obcecada caça ao Senhor das Trevas.
O filme está longe de ser uma adaptação fiel do livro de Bram Stoker, mas é impossível negar a alta qualidade da obra dirigida por John Badham.
A direção de arte deslumbrante de Brian Ackland-Snow, o perfeito senso de tom e ritmo, o elenco maravilhoso, com nomes como Frank Langella, Laurence Olivier e Donald Pleasence, uma grande trilha sonora do mestre John Williams e o competente roteiro de W.D. Richter, que, no ano anterior, havia surpreendido com “Os Invasores de Corpos”, e, no ano seguinte, seria indicado ao Oscar por “Brubaker”.
O desejo inicial do diretor era abraçar o elegante preto e branco, homenageando os clássicos de terror da Universal, mas os executivos optaram pelo caminho menos comercialmente arriscado na época, desrespeitando uma decisão criativa fundamental, logo, a fotografia de Gilbert Taylor primou pelas cores fortes, problema que foi remediado na década de 90, quando esta pérola foi lançada em home video em versão dessaturada, que, obviamente, recomendo sobremaneira para aqueles que ainda não prestigiaram a trama.
Frank Langella, que já havia interpretado o personagem nos palcos da Broadway, acerta ao entregar algo muito diferente do que o público esperava, esquivando-se do aspecto sinistro e repulsivo imortalizado por Bela Lugosi e Christopher Lee, adicionando graciosidade, charme, cativando o espectador, exercendo o mesmo poder hipnótico que Drácula utilizava com suas vítimas. Uma das condições em contrato que o ator exigia era que não haveria cenas com as suas presas manchadas de sangue, símbolo máximo do personagem.
O Van Helsing do estupendo Laurence Olivier é outro ponto alto, desta feita, ele é apresentado como o pai de Mina, a bela Jan Francis, talvez o desvio mais radical da fonte literária. O ator, apesar de bastante doente durante as filmagens, superou seus obstáculos e garantiu a dignidade necessária do início ao fim.
Um tesouro que merece ser redescoberto por todos, inclusive aqueles que não apreciam o gênero.
Trilha sonora composta pelo grande John Williams:
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