Eu acompanho o “Creature Features” pelo Youtube (AQUI) desde 2018, o terror foi meu gênero de formação como cinéfilo, como já abordei diversas vezes em textos, logo, a experiência de assistir aos filmes inseridos neste canal é muito divertida. Só um detalhe, você precisa dominar o inglês, não há legendas em outras línguas.
O mais próximo deste formato que a minha geração teve na televisão brasileira foi a sessão “Cine Trash”, exibida na Bandeirantes na década de 90, mas não há como comparar, nela, o saudoso Zé do Caixão, grande José Mojica Marins, apresentava rapidamente os filmes, soltava uma espirituosa praga, depois voltava só no final. O programa, apesar de ter se mantido por pouco tempo no ar, marcou a minha adolescência.
Nos Estados Unidos, este programa é uma tradição de décadas, nomes como Elvira (sim, a Rainha das Trevas) e Joe Bob Briggs entregavam material similar, mas o apresentador mais querido pelo público foi o Bob Wilkins, que comandou o show de 1971 até 1979, quando foi substituído por John Stanley, mas sem o mesmo sucesso. No ano de 2016, a equipe atual se apresentou, com muito carisma e adorável teatralidade. Vincent Van Dahl (Jeff Bodean), um ex-astro do rock que torrou sua grana adquirindo uma mansão mal-assombrada, o seu mordomo sisudo Sr. Livingston (Räven Green) e a bela e silenciosa criadora de problemas Tangella (Ali Noel).
Cada show oferece semanalmente, além de uma pérola cinematográfica, entrevistas nos intervalos com personalidades das mais variadas, da ativista ambiental Erin Brockovich à Kathy Coleman, a loirinha da clássica série “O Elo Perdido”, passando por Jon Provost, o menino dos antigos filmes da cadela Lassie, Victoria, a filha do lendário Vincent Price, até o youtuber de cultura pop Gary Buechler, do “Nerdrotic”, mas há também leitura de cartas/e-mails e segmentos roteirizados que captam bem a essência do terrir, algo que todo fã adora, em suma, uma mistureba fascinante e, para os apaixonados por terror e ficção científica, extremamente viciante.
Os filmes que eles apresentam? Pérolas de Roger Corman, como “A Ilha do Pavor” (1957) e “A Mulher Vespa” (1959), antologias obscuras como “Trama Sinistra” (1977), com Peter Cushing, Donald Pleasence e Ray Milland, tramas divertidamente absurdas como “O Cérebro Que Não Queria Morrer” (1962), e, algo maravilhoso, títulos que até mesmo cinéfilos intensamente dedicados solenemente ignoram, como é o caso de “O Aperto de Mão Guatemalteco” (2006), dirigido por Todd Rohal, um esforço independente que ganhou prêmios em festivais, e que, sem dúvida, jamais entraria no meu radar. Conheci a obra em um dos episódios da série, e, sem exagero, considerei excelente, bizarra na medida certa, com uma pegada David Lynch, fiz questão de garimpar na internet, baixar e adicionar na coleção.
Eu espero que aprecie a dica, prestigie o trabalho competente da equipe do “Creature Features”, um tesouro para fãs do gênero.
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Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…
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