Velozes e Furiosos (The Fast and The Furious – 2001)
Brian O’Conner (Paul Walker) é um policial que se infiltra no submundo dos rachas de rua para investigar uma série de furtos. Enquanto tenta ganhar o respeito e a confiança do líder Dom Toretto (Vin Diesel), ele corre o risco de ser desmascarado.
O mundo está correndo na direção de uma distopia totalitária orwelliana, exatamente por este motivo os titereiros do caos estão financiando no terreno cultural a demonização da testosterona, fragilizar e confundir os indivíduos é o primeiro passo óbvio quando se objetiva dominá-los, logo, rever pérolas como o primeiro “Velozes e Furiosos” nos dias de hoje é uma espiadela em uma civilização alienígena, pré-engenharia social, praticamente irreconhecível.
O conceito se tornou uma franquia que já está em sua décima aventura, ele se moldou através dos anos abraçando convenções dos filmes de assalto, de gângster e até de super-heróis, entregando sequências de ação cada vez mais espetaculares e surreais, mas a obra original, dirigida pelo competente Rob Cohen, preza pela simplicidade e pela honestidade em seu direcionamento.
O roteiro utiliza o artifício narrativo sempre eficiente do personagem que se infiltra no território inimigo e conquista a amizade e o respeito do líder, mas, inteligentemente subverte-o em seu desfecho, quando, após desconstruir Toretto enquanto caricatura na cena da garagem, em que os diálogos sobre o falecimento do pai humanizam e agregam camadas psicológicas inesperadas em seu desenvolvimento, Brian acaba reconhecendo no seu alvo valores e princípios que não enxergava em seus colegas.
Outro ponto que merece ser ressaltado é que, ao contrário dos filmes posteriores, os efeitos práticos dominam as cenas de ação, uma opção que favorece demais o investimento emocional do público.
Eu destaco a sensacional perseguição no terceiro ato, em que três carros tentam resgatar um membro da equipe que se agarra desesperadamente à grade dianteira de um caminhão em alta velocidade.
“Velozes e Furiosos” passa com louvor no árduo teste do tempo.
Trilha sonora composta por Brian Transeau:
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